O avarento

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L&PM Pocket, 23/04/2018 - 192 páginas
Harpagão é um velho odioso, pão-duro e mesquinho. Sua avareza beira o ridículo: dizem que já processou na justiça o gato do vizinho por ter comido o resto de um pernil de carneiro. E beira também a sordidez: ele não apenas se recusa a emprestar dinheiro para o próprio filho, Cleanto, sem cobrar juros abusivos, como também aceita negociar o casamento de Elisa, sua filha, com qualquer um que a aceite sem dote. Possivelmente a peça mais difundida de Molière (1622-1673), "O avarento" estreou em Paris em 1668, e é até hoje a obra mais encenada no mundo inteiro deste que é o pai da comédia moderna. Um clássico inconteste.
 

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Acerca do autor (2018)

Jean-Baptiste Poquelin (Molière) nasceu em Paris, em 1622, e foi o responsável pela popularidade da comédia no teatro moderno. Expandiu a utilização dos recursos cênicos e, embora fosse um diretor perfeccionista, ensinou aos seus atores como lançar mão da naturalidade para enriquecer a atuação, resultando daí um teatro menos distanciado do espectador – e da linguagem deste, uma vez que Molière brincava com o texto e utilizava expressões coloquiais, ao contrário do que acontecia no teatro clássico. Tal sede de verdade também aparece na composição dos personagens, nos quais são mostrados as contradições e o ridículo da natureza humana. Construiu tipos de apelo popular, como o devoto, o nobre, o pedante, o emergente, e desmascarou-os, sem clemência mas com muito humor. Em um formato cômico, acessível e irresistível ao grande público como à sisuda nobreza, Molière pôs em pauta temas espinhosos, como o anticlericalismo, e atingiu um grau de reflexão normalmente só presente no teatro trágico.

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