Os Lusiadas

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Nova livraria internacional, 1882 - 457 páginas
 

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Página 186 - Fui dos filhos aspérrimos da Terra, Qual Encélado, Egeu eo Centimano; Chamei-me Adamastor, e fui na guerra Contra o que vibra os raios de Vulcano; Não que pusesse serra sobre serra, Mas, conquistando as ondas do Oceano, Fui capitão do mar, por onde andava A armada de Neptuno, que eu buscava.
Página 125 - Assi como a bonina, que cortada Antes do tempo foi, candida e bella, Sendo das mãos lascivas maltratada Da menina, que a trouxe na capella, O cheiro traz perdido, ea cor murchada: Tal está morta a pallida donzella, Seccas do rosto as rosas, e perdida A branca e viva cor, co'a doce vida.
Página 391 - No mais, musa, não mais, que a lyra tenho Destemperada, ea voz enrouquecida : E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. O favor com que mais se accende o engenho, Não n'o dá a patria, não, que está mettida No gosto da cobiça e na rudeza' D'uma austera, apagada e vil tristeza.
Página 183 - Sabe que quantas naos esta viagem Que tu fazes, fizerem de atrevidas, Inimiga terão esta paragem, Com ventos, e tormentas desmedidas : E da primeira armada, que passagem Fizer por estas ondas insoffridas, Eu farei d'improviso tal castigo, Que seja mór o damno, que o perigo.
Página 123 - Ó tu, que tens de humano o gesto eo peito (Se de humano é matar uma donzela, Fraca e sem força, só por ter sujeito O coração a quem soube vencê-la), A estas criancinhas tem respeito, Pois o não tens à morte escura dela; Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha.
Página 346 - A fortuna me faz o engenho frio, Do qual já não me jacto, nem me abono: Os desgostos me vão levando ao rio Do negro esquecimento e eterno sono: Mas tu me dá, que cumpra, ó grão Rainha Das Musas, co'o que quero, á nação minha!
Página 207 - No mais interno fundo das profundas Cavernas altas , onde o mar se esconde...
Página 86 - Europa toda; Em cujo senhorio, e gloria estranha Muitas voltas tem dado a fatal roda: Mas nunca poderá, com força ou manha, A fortuna inquieta por-lhe noda, Que lha não tire o esforço e ousadia Dos bellicosos peitos, que em si cria. XVIII Com Tingitania entesta, e ali parece Que quer fechar o mar Mediterrano, Onde o sabido Estreito se ennobrece Co'o extremo trabalho do Thebano.
Página 181 - Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?
Página 202 - Porém não deixe em fim de ter disposto Ninguem a grandes obras sempre o peito; Que por esta, ou por outra qualquer via, Não perderá seu preço e sua valia.

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