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ADVERTENCIA.

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Na Ediçaõ das Obras de Luis de Camões que em tres tomos de doze fe fez em Lisboa no anno de 1772 Officina de Miguel Rodrigues onde sağ tantos os erros, como as palavras, se acham 314 Sonetos , fazendo conta a se acharem errados os numeros dos ultimos dous Sonetos ; pois devendo ser 313 , 314, se o mesmo numero 312 duas vezes repetido. De nenhuma maneira devemos estar por este número de 314 Sonetos ,, que se acha nesta Ediçao , e na Pa

e risiense de 1759 ; (onde no segundo Tomo se acham 236, e no terceiro 78 ) porque na verdade não são mais que 301 os que existem do nosso Poeta ; ( postoque desconfiemas que alguns o nað sejao, como advertimos na pag: 157). se estes dous Editores augmentáram asim o numero , foi porque , não sei se maliciosa , se negligentemente nas Impressões repetiram alguns dos mesmos Sonetos ; como se poderá ver nesta ultima de Miguel Rodrigues, na qual o Soneto 6 he o mesmo que o 119, 0 46 o mesmo que o 186, 0 101 o mesmo que o 271, 0 103 o mesmo que 0 264, o 104 o mesmo que o 265, o 105 o

0 0 mesmo que & 278, 7 106 o mesmo que o 185, o 109 o mesmo que o 134, 0 i21 o mesmo que • 221, o 128 o mesmo que o 220, 0 136 o mesTom. II.

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mo que o 222, 20 156 o mesmo que o 314. Ad

o virta-se tambem qite na Ediçaõ de 1720 feita por Joseph Lopes Ferreira , a qual nos apresenta 302 Sonetos, se acham tambem repetidos 4; a saber , 0 101 que be o mesmo que o 226 , 0 103 que be o mesmo que o 217, 0. 104 que béo mesmo que o 278, 0. 105 que he o nief:no que

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Ormola,od gentil Dama, quando vejo

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A resta de ouro , e neve, o lindo afpeito",
A boca graciosa', o riso honesto,

O collo de crystal ., o branco peito ? De meu nao quero mais que meu desejo II Nem mais de vós, que vertalindo gestorn Alli me manifesto til 9 I 10-01 Por vollo a Deus e ao Mundo ;-alli me infláme Nas lagrimas que chóro'; " E de mi que vos amoy 5st vit,

si i Em ver que foubclamar-vos me namoro: 51 E fico por mirifó perdido de arte, SE 104

ob si Que hei ciumes de mi por voffa parte, e to!

Se porilventura ativo dercontente Por fraqueza de esprito ; padecendol 5!2000 A doce pena que entender nao feit ÓL! Fujo de mi , e acolho-me correndo." Pro)

) A vofla vista e fico taó contente ! 19:29 Que zombo dos toimentos que salfete

60) M i

De

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De quem mě queixarei,
Se vós me dais a vida deste geito ,
Nos males que padeço
Senaó de meu fogeito ,
Que nao cabe com bem de tanto preço ?
Mas inda ifto de mi cuidar naó poffo ,
De estar muito soberbo com ser vosso.

Se por algum acerto amor vos erra
Por parte do desejo, commetrendo ;
Alguin nefando, é torpe desatino ;
E le inda mais que ver , cm fim , pertendo;
Fraquezas faó do corpo, que he de terra
Mas nao do pensamento, que he divino.
Se tao alto imagino
Que de vista me perco, ou pecco nisto ,
Desculpa-me o que vejo.
Porém como relisto
Contra hum tao atrevido , e vão desejo ,' suri
Faço-me forte em vofla vista pura,,!
Armandu-me da volta formosura. ciori
Das delicadas sobrancelhas pretas,

25% Os arcos com que fere amor tomou , E fez a linda corda dos cabellos'sc!

MT
E porque de vós tudo lhe quadrou ,
Dos raios de les olhos fez as sertas
Com que fere quem alça os feus a vellos. 2

.
Olhos que fag taó, bellos
Daó armas de vantajem ao amor,
Com que as almas deftrue :
Porém" se he grande a dor
Com a alteza do mal a reftitue :

E

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را.

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E as armas com que mata faó de force
Que ainda lhe ficais devendo a morte.

Lagrimas , e suspiros , pensamentos
Quem delles se queixar, formofa Dama ,
Mimoso está do mal que por vós fente.
Qual bem maior deseja quem vos ama ,
Quc estar desabafando seus tormentos,
Chorando, imaginando docemente?
Quem vive descontente
Nao ha de dar allivio a seu desgosto
Porque se lhe agradeça : _
Mas com alegre rosto
Soffra seus males para que os mereça ::
Que quem do mal se queixa que padece ,
O faz porque esta gloria nao conhece.

De modo que se cahe o pensamento
Em alguma fraqueza, de contente ,
He porque este segredo naó conheço.
Assi

que com razões nao tam sómente Desculpo ao amor,

de meu tormento
Mas inda a culpa sua lhe agradeço.
Por esta fé mereço
A graça que elles olhos acompanha ;
E o bem do doce riso..
Mas ah ! Que naó, fe ganha
Com hum paraiso, outro paraiso:
E de enleada affi-minha esperança
Se satisfaz co' o bem que nao alcança.
Se .com razões esculo meu remedio

. Sabe, Cançaó, que só porque nao vejo , Engano com palayras o desco.

CAN

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