Cantos: Collecção de poesias

Capa
F.A. Brockhaus, 1857 - 424 páginas
 

Páginas seleccionadas

Outras edições - Ver tudo

Passagens conhecidas

Página 418 - E os campos talados, E os arcos quebrados, E os piagas coitados Já sem maracás; E os meigos cantores, Servindo a senhores, Que vinham traidores, Com mostras de paz.
Página 425 - Eu porém nunca vencido, Nem nos combates por armas, Nem por nobreza nos atos; Aqui venho, eo filho trago. Vós o dizeis prisioneiro, Seja assim como dizeis; Mandai vir a lenha, o fogo, A maça do sacrifício E a muçurana ligeira: Em tudo o rito se cumpra!
Página xviii - Casar assim o pensamento com o sentimento — o coração com o entendimento — a ideia com a paixão — colorir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia — a Poesia grande e santa — a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir.
Página 459 - Se. vos perguntam por mi, Que eu vivo só da lembrança De uns olhos cor de esperança, De uns olhos verdes que vi ! Que ai de mi ! Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi ! Dizei vós : «Triste do bardo ! Deixou-se de amor finar ! Viu uns olhos verdes, verdes, Uns olhos da cor do mar : Eram verdes sem esp'rança, Davam amor sem amar...
Página 142 - Ave Maria ! blessed be the hour ! The time, the clime, the spot, where I so oft Have felt that moment in its fullest power Sink o'er the earth so beautiful and soft, While swung the deep bell in the distant tower, Or the faint dying day-hymn stole aloft, And not a breath crept through the rosy air, And yet the forest leaves seem'd stirr'd with prayer.
Página 435 - Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos, Só pode exaltar.
Página 411 - Doce raio do sol que me dê vida. Sejam vales ou montes, lago ou terra, Onde quer que tu vás, ou dia ou noite, Vai seguindo após ti meu pensamento : Outro amor nunca tive; és meu, sou tua! Meus olhos outros olhos nunca viram, Não sentiram meus lábios outros lábios, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas A arazóia na cinta me apertaram.
Página 8 - Tu não viste nos céus um negrume Toda a face do sol ofuscar; Não ouviste a coruja, de dia, Seus estrídulos torva soltar? Tu não viste dos bosques a coma Sem aragem — vergar-se e gemer, Nem a lua de fogo entre nuvens, Qual em vestes de sangue, nascer? E tu dormes, ó Piaga divino!
Página 414 - Mas um martírio, que encobrir não pode, Em rugas faz A mentirosa placidez do rosto Na fronte audaz! Que tens, guerreiro? Que temor te assalta No passo horrendo? Honra das tabas que nascer te viram, Folga morrendo. Folga morrendo ; porque além dos Andes Revive o forte, Que soube ufano contrastar os medos Da fria morte. Rasteira grama, exposta ao sol, à chuva, Lá murcha e pende: Somente ao tronco, que devassa os ares, O raio ofende!
Página 417 - Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Já vi cruas brigas, De...

Informação bibliográfica