Júlio Denis e a sua obra, Volume 2Casa Ventura Abrantes, 1924 |
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... noite era de inverno , húmida , escura e fria . Soprava nos pinhais furiosa a ventania , Imitando o bramir dum tormentoso mar . Os sinos do mosteiro ouviam - se vibrar . E , contudo , ninguém subira ao Campanário . A 22 EGAS MONIZ.
... noite era de inverno , húmida , escura e fria . Soprava nos pinhais furiosa a ventania , Imitando o bramir dum tormentoso mar . Os sinos do mosteiro ouviam - se vibrar . E , contudo , ninguém subira ao Campanário . A 22 EGAS MONIZ.
Página 25
... noite , que parecia sem fim , Com fé ardente e pura , o velho orava assim : « Senhor , que , generoso , Tôdas as aves nutres , Os pérfidos abutres . E os brandos rouxinois ! Que juntas nos espaços , Ás nuvens das procelas , Os raios das ...
... noite , que parecia sem fim , Com fé ardente e pura , o velho orava assim : « Senhor , que , generoso , Tôdas as aves nutres , Os pérfidos abutres . E os brandos rouxinois ! Que juntas nos espaços , Ás nuvens das procelas , Os raios das ...
Página 31
... pescator ignobile Esser figliuol credei . » ( 1 ) Na Família inglesa , descreve Júlio Denis ( 1 ) Júlio Denis , Pupilas do sr . Reitor , ed , cit . , pág . 136 . uma noite no Teatro de S. João com porme- nores JÚLIO DENIS E A SUA OBRA 31.
... pescator ignobile Esser figliuol credei . » ( 1 ) Na Família inglesa , descreve Júlio Denis ( 1 ) Júlio Denis , Pupilas do sr . Reitor , ed , cit . , pág . 136 . uma noite no Teatro de S. João com porme- nores JÚLIO DENIS E A SUA OBRA 31.
Página 32
Egas Moniz. uma noite no Teatro de S. João com porme- nores que mostram bem quanto estava ao cor- rente do movimento do teatro lírico do Pôrto . Cantava - se a Lucia . Mr. Richard Whitestone não era assíduo freqüentador da ópera , mas ...
Egas Moniz. uma noite no Teatro de S. João com porme- nores que mostram bem quanto estava ao cor- rente do movimento do teatro lírico do Pôrto . Cantava - se a Lucia . Mr. Richard Whitestone não era assíduo freqüentador da ópera , mas ...
Página 70
... < Logo ao princípio da noite , às horas em que , quando o vento não era contrário , che- gavam à solidão do solar da Morgada os sons das Ave - Marias da Igreja de Ovar , a mesa puxava - se para junto do canapé , os habituais 70 EGAS MONIZ.
... < Logo ao princípio da noite , às horas em que , quando o vento não era contrário , che- gavam à solidão do solar da Morgada os sons das Ave - Marias da Igreja de Ovar , a mesa puxava - se para junto do canapé , os habituais 70 EGAS MONIZ.
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Passagens conhecidas
Página 205 - E os lençóis! rico cheiro a linho! — Vá, dorme, que vens cansadinho. Não adormeças com a luz! E eu deitava-me, mudo e triste. ( — Reza também o Terço, ouviste?) Versos, bailando dentro em mim . . . Não tinha tempo de ir na sala, De novo: — Apaga a luz! — Que rala! Descansa, minha Avó, que sim! Ora, às ocultas, eu trazia No seio, um livro e lia, lia, Garrett da minha paixão.
Página 205 - E os teus estudos, tens-me andado? Tomara eu ver-te formado! Livre de Coimbra, minha flor! Mas vens tão magro, tão sumido ... Trazes tu no peito escondido, E que eu não saiba, algum amor? No entanto entrava no meu quarto: Tudo tão bom, tudo tão farto! Que leite aquele!
Página 18 - ... e em perenne confissão ; obra dos gordos missionarios, que deixam a outros o cuidado de desbravar a gentilidade das nossas possessões, para andar na tarefa mais cómmoda de tolher o trabalho ea actividade na casa do lavrador.
Página 186 - Voltae, que de novo serão florescentes As selvas, os prados, o monte, os vergeis ; Quietas as brizas, as aguas dormentes Nos lagos tranquillos de novo vereis. Só eu, que vos sigo com vistas saudosas Ao vosso desterro, dos mares além, Já quando no prado brotarem as rosas, Talvez não reviva, co'as rosas tambem.
Página 11 - É verdade! é verdade! Abaixo! abaixo! — São invenções dos pedreiros-livres! — Ê isso, é isso!... Pois não vêem que são de pedra! — Abaixo! abaixo! O sr. Joãozinho, arrojando de si o chicote, tirou um machado das mãos de um homem que lhe ficava próximo, e deu alguns passos para o túmulo. Madalena colocou-se diante dele. Já não estava pálida; tinha nas faces o rubor, nos olhos o lampejar da indignação.
Página 327 - ... evidente de formatura completa. A vizinhança toda afluiu curiosa às portas e às janelas para ver o facultativo novo e julgar dele pelas primeiras impressões. Era uma colecção de olhos arregalados e bocas abertas, a convidar o lápis de um artista. — Ainda é tão novinho! — dizia uma mulher. — Não sei o que me parece um cirurgião sem barba — observava um velho filosoficamente. — Parece um estrangeiro! — Lá bonito é ele — notava uma rapariga. — Olhem que boniteza! Um...
Página 18 - ... e sacristias ; com uma brava eloquencia, perigosa para quem não tiver o senso preciso para a achar ridícula, incutem-Ihes falsas doutrinas, desmentidas e condenadas em cada página do Evangelho, tão severo sempre contra fariseus e hipócritas. Numa localidade, não muito distante do Porto, ainda há pouco um desses apóstolos, que andam por aí reformando escandalosamente a moral dos povos, pregou do púlpito <quc a salvação de um homem casado era tão difícil, como o aparecimento de um...
Página 18 - Imbuindo o espírito das mulheres de preceitos de devoção absurda, afastam-nas do berço dos filhos, da cabeceira do marido enfermo, do lar doméstico, para as trazer ajoelhadas pelos confessionários e sacristias ; com uma brava eloquencia, perigosa para quem não tiver o senso preciso para a achar ridícula, incutem-Ihes falsas doutrinas, desmentidas e condenadas em cada página do Evangelho, tão severo sempre contra fariseus e hipócritas.
Página 343 - Gomo é sem piedade a juventude ! Como é cruel a idade dos amores! Desfolhamos as flores da virtude Como se fossem verdadeiras flores ! «Sopra-se ao coração, que a nós se entrega. A lavareda de violenta chama, E ao capricho cruel da paixão cega Sacrifica-se tudo quanto se ama. «E eu fi-la entrever em doce enleio Dum mundo novo as mal sonhadas scenas ; E senti-a corar e arfar-lhe o seio, E delirante suspirar apenas ! «Parti, jurando amá-la toda a vida.
Página 143 - De compaixão. Pobres, que amava tanto, Nunca, ao passar, Choram curvando a fronte Para rezar. Nunca, ao romper do dia, O lavrador Pára e lamenta a sorte Do bom reitor.