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It. Sonetos de petrarca em purguaminho | It. hum livro de caixa branco em pasta verbranco.

It. triumphos em pasta preta.

It. Cissero livro tersseiro em pasta vermelha e preta sam dous.

It. livro da terra Sancta em purguaminho branco.

It. outro discurso de pregadores em purguaminho branco.

It. segunda parte de la auracana em purgaminho branco.

It. livro das quatro regras da arismetica a primera parte de maia em purguaminho branco. It. a doutrina christaam em purguaminho branco.

It. dous relogios e hū agulhão de marfim.
It. Sonetos de petrarca em purgaminho branco.
It. reportorio em purgaminho branco.
It. ho rosario da virgem nossa sñora em pur-
guaminho branco.

It. regras de melicia do capitão F.co Cre-
tile ancona em purgaminho branco.
It. livro da regra da hordem de Xpo em
purguaminho branco.

It livro dos outo maiores emperadores turquo em purguaminho escrito e sujo.

It. tratado dos esquadroens em purguaminho branco.

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It. tratado da matamatica de cataneo em purguaminho branco.

It. livro em ingres da naveguassão em purguaminho sujo.

It. vida e martirio de Sanctiago em purguaminho escrito.

Todos ateequi vão dentro no globo celleste. It. arquetetura millitar de pero catanho em pasta tamarada.

It. tratado da esfera em purguaminho branco do doutor pero nunes.

It. rregimento da mellicia de bernardino rroqua purguaminho branco.

It. hum livro de pinturas em purguaminho branco.

It. rreformassam dajusta è purguaminho es

crito.

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melha.

It. hum livro francez de cavallaria em pasta branca; e vai no outro globo, e dentro nelle.

It. hua resma de papel muito fino de flandes branco.

It. teorica de uertudes em coplas de f.co de castilho purguaminho sujo.

It. ho primeiro livro das ordenaçoens portuguesas em pasta.

It. teatrum obis de abrahão ortelio em castelhano em pasta branca.

It. de rroteiros flamengo de todas as costas da enroupa. muito curioso em pasta branca. It. hum livro de trouas.

It. outro livro de trovas e cousas de maluquo. It. avisos pera soldado.

It. o rrosario de nossa senhora. It. quatro livrinhos brancos em q tenho alguas lembrancas da madeira, e estes assima tambem vão no sesto do globo celleste. No outro quarto vai ho outro globo celleste dentro e fora delle do cesto vai o seguinte: It. hum livro de cidades em pasta vermelha. It. outro livro de cidades em pasta vermelha. It. hum estrelabio de metal frances.

It. hua caixa de pao com tres compassos. It. hum quadrante de cobre e tres toalhas de beitilha e dous vidros despelho do sol e hum canudo de bambo.

It. hum compasso de latão.

It. livro de artetura de sebastião celi em purguaminho branco.

It. tres oliveis com seus prumos e hua bal

lestilha e dous rrotos e muitas penas de pauão.

It. duas cartas da marear hua hee do maar do sul de mexiqo as malucas mexiqua. It. dentro neste quarto vão as mais das cartas de maluco das comendas.

It. hua caldeira para beberem hos caualos de ferro, ou cobre.

It. hum quarto com seu fecho em vai o biscouto e cadeado.

Hum caixão muito comprido.

It. em que vai o meu leito e alguas pessas

do leito de duarte de mello e leua quatro cocos e arpeas dos caualos e vai marcado com ha minha marca como vão todos os demais que hee a de fora.

It. houtro caixão comprido mais piqueno em vai outro leito mais piqueno de duarte de mello com a mesma marca.

As cartas q escreui por duarte de mello. It. ao padre ant.° madeira, diogo das poboas, a elrrei, a joam da costa, ao conde portalegre, a dona guiomar pereira, ao padre frei nicullao coelho, ao capitão garcia mousinho, ao arcebispo, ao conde meirinho moor, ao conde de Sancta cruz, a miguel de moura, a diogo velho Secretario, a cristouam soares secretario.

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No cofre de flandes: It. seis paneis de oleo a saber são Jeronimo, a esperanssa, a fortalesa e tres obras da misericordia, daar de comer a quem haa fome, vestir ho nun, remir hos captiuos. It. paineis de fresco a esperanssa, a charidade, odoratus.

It. tres mapas hua de todo ho mundo, outra de europa, outra da cidade de Jerusalem. It. tres pratos couos grandes das fontes e hua fonte tudo destanho de flandes com suas duas escapullas de ferro.

It. tres pratos mais couos destanho mais piquenos de fontes.

It. hum guinde destanho a cara flamengo.

It. hos tres rrabos de pauão com que sacodem ho poo dos paineis e livros.

no caixão de angelim da India grande: It. a minha cadeira de varandas com todas suas cortinas e encerados forradas de baeta verde e alamares de linhas brancas e correas q se daraa ao padre frei christovão. It. hua trepessa destrado com duas gauetas e chaue.

It. hua cadeira rrasa de duarte de mello de uelludo rroxo guardeme o uelludo coberto com hum trapo digo guarnecida com cravassão de prata.

It. dous uelladores piquenos de pao braco. It. hum vellador de pao grande.

It. vinte hum pratos piquenos couos de ser-It. duas serrapilheiras com que vai cuberta vico tambem couos.

It. has cortinas velhas de sarja uerde do meu catre do baul.

.

It. duas rodellas de dargoes rodomadas.
It. vinte couados de baeta vermelha.

It. vinte seis couados de friza azul pera dona
guiomar com has sessenta e seis pares de
pelles de coelho.

Vão em hua gaueta piquena da guardarroupa.

It. hua pessa de sarja preta.

It. outo couados de bezuatre amarello.
It. a minha maqua que trouxe do peru.
It. dous atado de rretalhos pretos e uerdes
e de bocassim.

It. tres rretalhos de baeta e de paninho do uestido preto e pano vermelho bezuatre tudo cousa pouqua.

It. a minha alabarda dobradissa com sua funda.

It. a minha forquilha com sua bisarma dentro dourada.

It. hum plumo de chumbo e hua fondareza de linho.

It. dezouto couados de rraxa rroxa pera donna guiomar.

It. trinta e seis varas em hua pessa de pano de linho crua digo trinta e seis.

It. trinta e seis varas mais em outra pessa de pano de linho crua.

It. hua toalha de olanda das que trouxe de rasa. vai suja que seruia.

It. duas saluas de uerga de sesto e hum chapeo da mesma verga.

It. quatro cestos mais de vergua tudo carrequita janda.

It. hua forma de pao do meu pee que trouxe de maluquo. Staanva

Rrealeigo:

It. o peso dos folles do orguão de chumbo e dous ferros de parufuso com sua chave tambem de parafuso com que se arma. Vai dentro no cofre de flandes emsima de tudo. It. a funda do rrealeigo de encerado com seus alamares brancos e forrado por dentro de baeta uerde tambem vai no cofre de flades.

a cadeira de uelludo e outra debaixo della. It. os paos dos pees do cofre de frädes. It. tres folhas de papel assinei em branco que dei a duarte de mello pera em Lisboa escreuer nellas por mim a elrrei, ou aos gouernadores, ou ao falcão no que tocar a minha ida e rrequerimentos de meus seruiços. It. hua bocceta com dous guardanapos nouos e ho meu bentinho velho e hua toalha de linho da china do maar do, sul.

It. duas pelles de ueados aguamaussadas de preto.

It. hua pessa de fustão.

It. dous chapeos nouos da charrua.
It. ho barrete de Jorge martins.
It. a carapussa de doo fiz por elrrei.
It. hua pelle de forrar meas atamarada.
It. a petrina de couro preto com fiuellas de
prata.

It. o sinto com seus talabartes de couro preto e a ferragem de prata.

8

It. hum rretalho de panno verdoso. It. gualteiras duas de ceda muito velhas hua de raxa noua muito boa.

It. hum livrinho e tres rrosairos não inteiros de contas de carascos de fruita do peru e hua vnha de besta.

It. cartas em hum masso dei de Joanna luis e paio rroiz.

It. outro masso que diz da terceira sentenssa

da rrollassam do juiz dos feites delrrei e muitas cartas soltas amarradas a estes dous

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It. doze varas de guardanapos curados atoa |
lhados de largura de dous palmos.
It. quatro varas e dous couados e meo de
baeta uerde.

It. dous couados de pano verde crjze.

It. hua pessa de catassol rroxa digo de rra

xeta.

It. sete couados e meo de sarja uerde.
It. hua pessa de catasol preto.

It. onze pares de meas de laa de cores num
atado.

It. onze pares de meas noutro atado.

It. outo pelles de gamaussa e hum atado de muitos pedassos.

It. huns calçoens e rroupeta de pano de malluco.

It. huns calçoens de velludo laurado preto abotoados.

It. hua rroupeta de galla preta.

It. outra rroupeta de galla de maluco.

It. huns calçoens de galla irmaons da rroupeta assima.

It. hum gibão de olanda amarella com mangas de couro usado.

It. hum gibão de olanda branca com- huas mangas picadas e forradas de dentro.

It. hua rroupeta de gorgorão irmãa da capa da rraxeta.

It. hum gibão de olanda branca com mangas de tristana preta.

It. huns calções de rraxa preta digo de rraxa parda.

It. hua rroupeta de velludo laurado preto forrada de teistana.

It. huns calçoens do mesmo velludo laurado preto tudo velho.

It. hua rroupeta de rraxa preta entrapada forrada.

It. ho guião das minhas armas e a bocca da charamella rretorcida de latão e a mangua de uelludo da piqua.

It. hum bastão dastea de lanssa e hua vara de medidas.

It. hua coura com suas meas mangas de couros branco de ueado guarnecida de passamane de ouro com suas ataquas de cordoens de rretroz pardo e agulhetas de prata.

It. huns calcoens de gamaussa braca guarnecidos de passamanes douro.

It. hua mantilha de gala preta forrada toda de velludo laurado preto irmaons dos calcoens e coura assima dita.

It. huns retalhos dantas..

It. hua capa de baeta e hua rroupeta jaa vsadar.

It. hum farrregoulo de gorgorão que trouxe de Lisboa.

It. hua capa preta de rraxeta entrapada irmaa da rroupeta atroz.

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It. hua capa de gala preta de que tenho tambem rroupeta.

It. huns broseguins velhos e bem velhos.

It. hua espada guarnecida de branquo dourada com seus sintos e adaga.

It. hua espada e adagua guarnecida de preto

com seus sintos.

It. hua tauoa da hordem que pus da guerra.
It. duas tauoas de cartas de marear.

It. ho capus e a rroupeta de doo fiz por
elrrei.

It. hua carta
de marear de navegassão da
india oriental com duas bellestilhas den-
tro.

It. Sinco pedassos grandes e piquenos desgor-
maruquo e hum.

It. hua rresma de papel m.to fino de flades.
It. as ordenaçoens de castella e tauoas par-
das vso muito grande.

It. as ordenaçoens de portugual em purgami-
nho branco nos quartos vai tudo..
It. hum pedasso de olanda.

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SCIENCIAS MORAES E SOCIAES

AS RAÇAS HISTORICAS DA PENINSULA
IBERICA
I

Julgamos conveniente fazer uns leves reparos a algumas opiniões, que ultimamente se têm espalhado no nosso paiz, onde os estudos anthropologicos são em geral pouco conhecidos; opiniões que, a nosso ver, podem contribuir para se estabelecerem, de futuro, idêas menos exactas com relação á ethnologia peninsular.

O sr. Theophilo Braga, tentando fazer o genesis da raça por elle chamada mosarabe, como fundamento necessario para os seus estudos litterarios, começa por se exprimir do seguinte modo:-A influencia do dominio romano no territorio portuguez não exerceu nenhuma influencia organica; Roma conquistava com as legiões, mas não povoava; deixava os costumes e as leis ás povoações submettidas ao seu dominio, e explorava-as com uma absorvente administração do seu governo militar... O godo servo, trazido na corrente da invasão (no seculo v) pelo vinculo da adscripção e da fidelidade, não encontrou uma plebe romana com quem se misturasse, mas achou essa brandura das migrações celticas, que facilmente absorveu na sua individualidade1.D

O auctor confirmou depois a sua opinião n'estes termos: «As raças gemanicas avassalavam pelo seu numero e pela sua força moral e material; Roma dominava apenas pelo vinculo juridico d'uma forte orgauisação administrativa 2.D

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No que respeita á historia ouçamos C. Cantu: «Ainda que a constituição dada ás provincias fosse, o mais das vezes, assaz liberal, o sentimento nacional considerava-se offendido, porque queriam introduzir os costumes romanos em paizes que tinham os seus, e mesmo o uso da lingua latina1.» Neste mesmo capitulo diz mais: «Seneca disse bem, que o romano habita onde conquistou. Os italianos espalhavam-se em multidão pelos paizes conquistados, attrahidos pelos empregos, pela agricultura, pela exploração do imposto arrendado aos publicanos, e principalmente pelo commercio, que sempre foi a vida de Italia. Vel-os-hemos estabelecerem-se em grande numero na Numidia, e serem mesmo sufficientes para a defeza de Cirta. Mithridates faz exterminar d'uma vez 80:000 na Asia, apenas 40 annos depois de ter sido reduzida a provincia. É preciso ajuntar a isto os veteranos estabelecidos nas terras dos vencidos, que lhes distribuiam, e as numerosas colonias enviadas para manter na subordinação os paizes, onde occupavam a parte mais vantajosa. Só a Hespanha recebeu vinte e cinco, que ahi introduziram a lingua, a civilisação e o respeito pelo nome romano.»

Eis o que a historia diz. Expliquemos, porém, esta completa opposição do auctor das Epopêas com a verdade dos factos.

Ajuizou o auctor da influencia exercida na peninsula pelos romanos, durante o periodo completo do seu dominio (220 ant. de Chr.

476 dep. de Chr.), pela pintura, que fazem os historiadores, do estado do imperio nos ultimos dois seculos. D'isto se convencerá quem ler a pagina 47 do folheto - Os critiDizer que, no seculo v, os Barbaros do cos, onde o auctor, reproduzindo as palavras norte encontraram no todo ou em parte do já citadas que o romano só existia por um territorio peninsular a brandura das migrações facto juridico,-se apoia sobre a opinião de celticas que absorveram, e que a conquista Guizot. Ora não foi tão lata a idêa do illusromana não exerceu n'elle nenhuma influen- tre historiador. Além de que, nos seus Encia organica, corresponde a esta idêa, enun- saios, Guizot só se refere ao derradeiro peciada sobre uma forma vulgar, é verdade, riodo da decadencia do imperio, é certo tammas por isso mesmo clara:-o elemento ro-bem que a grande rede de funccionarios, hiemano foi uma ponte sobre a qual passou a raça celtica, que havia partido d'uma extremidade para ir ao encontro da raça gothica, que se aproximára da outra: o elemento romano foi, portanto, estranho a este combate, e representa unicamente o espaço que separa aquellas duas raças.

Isto é uma illusão completa e um grande erro ethnologico. Demonstram-n'o a historia e a anthropologia.

1 Epopêas da raça mosarabe, pag. 6.

2 Os criticos da Hist. da Litter. Portug., pag. 36. VOL. XVI.

rarchicamente distribuidos por todas as provincias, os quaes estabeleceram um vasto systema de despotismo administrativo, só se estabeleceu entre Augusto e Diocleciano'.

O estado ethnico da peninsula não foi sempre o mesmo, durante todo aquelle periodo de quasi sete seculos. Este periodo contém duas épocas distinctas: 1. a que succedeu á conquista e se alonga até ao seculo II depois de

1 Hist. Univ., liv. v, cap. II.

2 Guizot, Hist. de la Civil. en Europe, pag. 45. N.° 6*

Christo; 2. a que vae d'este seculo até á quéda do imperio do occidente.

Apoiados na historia, appliquêmos a anthropologia aos factos passados n'estas duas épocas sobre a face do territorio peninsular.

A segunda regula a transmissão dos caracteres de toda a ordem.

A terceira modifica vantajosa ou desvantajosamente o resultado, em relação a um dos typos que se cruzam. Assim, opéra o meio Está provado que os romanos se acharam, especialmente sobre o elemento emigrante ou pelo facto da conquista, em presença do fundo extrangeiro, porque tem a soffrer todas as celto-ibero do paiz, misturado e mil vezes cru- modificações physicas que exigem a acclimasado com o sangue greco-punico-phenicio. Em-ção ou a simples adaptação, pois que a raça bora a difficuldade na mistura d'estas raças local já a soffreu '. fosse grande, o longo espaço de tempo, durante o qual se acharam em contacto, venceu a repugnancia. A fusão foi completa'.

Poderia o elemento latino assimilar os povos hispanicos, isto é, poderia formar-se uma verdadeira raça hispano-latina? Não duvidâmos de o affirmar. Talvez se pense que, n'uma tão consideravel extensão de territorio, as colonias e as emigrações latinas fossem insufficientes para produzirem este resultado. Duas razões porém nos convencem da inocuidade da objecção:

O sangue semitico havia regado abundantemente a peninsula; porém, já pelas influencias da adaptação, já pela acção infallivel do tempo, já emfim pela infusão de algum sangue ariano, perdera a antinomia que tinha com este, e por tanto a sua pureza. N'estas circumstancias a fusão com um novo elemento 1. O tempo exigido para a fusão de raariano, como era a raça latina, não podia ças pertencentes á mesma familia, ou de raças apresentar grandes obstaculos. A mistura, mixtas sem antagonismo declarado de constipois, das duasfa milias celto-greco-phinicia e tuição organica, não é consideravel, em relalatina, havia de fazer-se, e effectuou-se real-ção ao necessario para o crusamento de raças mente durante a primeira das épocas apontadas.

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A sciencia demonstra de facto que, quando differentes raças se acham em presença, todas ellas tendem invariavel e infallivelmente para a mistura, produzindo raças mixtas ou mestiças. A prova d'isto acha-se na America, para onde o velho mundo envia actualmente todos os seus elementos, que confusamente alli se amalgamam. É este um facto gigante, nunca presenciado até hoje em tão alta escala, do qual, segundo espera Quatrefages, resultará o mais lisongeiro resultado: uma familia bem superior em caracteres intellectuaes e em civilisação á da Europa actual. As leis da mistura são:

1. A affinidade das raças,

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2. A hereditariedade,

3. As condições do meio".

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A primeira exige que o tempo preciso para a fusão dos caracteres esteja na razão inversa da affinidade ethnica. Adiante se mostrará a realisação d'esta lei no caso presente.

1 Os Francos invadiram as Gallias e chegaram até á Hespanha e á Italia em 262. É o rebate das invasões posteriores, que haviam de prostrar o imperio. Guizot diz que a partir do anno 240 as invasões das tribus Francas na Belgica e na Gallia oriental foram continuas. (Ensaios, pag. 49.)

2 As modernas descobertas dos archeologos aucto. risam a pensar que as relações commerciaes dos Phenicios na Europa sobem á época da dominação dos pastores no Egypto (xxi-xvII sec. ant. de Chr.) Conde Conestabile, Congresso internacional de anthropologia e archeologia prehistoricas; Reunião de Bolonha; 1871.

3 Sr. Herculano, Hist. de Portug. tom. 1., pag.

16-19.

4 O meio comprehende todas as condições climatericas, geographicas, moraes e sociaes, em que vive

uma raça.

muito afastadas, puras, ou antagonicas. Ora, a primeira época, na qual suppômos que este facto se effectua, é de quasi cinco seculos. Um elemento ariano, perante outro com um fundo e tendencias arianas, não podia conservar-se indifferente durante todo este tempo.

2. O estado social da peninsula, antes da dominação romana e durante ella, em nada se parecia com o actual. A população dispersa pelos campos em aldêas e logares não existia, diz Guizot 2. Tudo se concentrava nas cidades. Esta concentração, que o illustre historiador considera como exprimindo uma das differenças entre a civilisação antiga e a moderna, só começou de afrouxar pelos tempos da edade media, em que as populações se disseminaram pouco e pouco pelo terri

torio.

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