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ropa, que já não cabia nos seus estreitos limites, devassou os mares, e foi espalhando por terras incognitas fecundas sementes de novas sociedades. Esta foi a primeira pagina da historia moderna, que outra cousa não tem sido até hoje senão a lenta e progressiva desenvolução d'um novo genesis social.

Ao nosso Portugal coube o primeiro passo nestes arrojados commettimentos, e a descoberta e colonisação do Brasil são florões da coroa da sua gloria. O Brasil, convertido hoje em imperio e destinado a ser uma das nações mais florescentes do mundo novo, manda-nos á Europa o seu monarcha, descendente dos nossos reis, e unido á casa real portugueza como o seu povo se acha enlaçado com o nosso povo. Das terras de Sancta Cruz o principe faz-se ao largo, mar em fóra, demandando o berço da sua familia e a antiga metropole do seu imperio.

III

As relações de origem e de familia, meus amigos, são as que mais profundas se arreigam no coração do homem. A terra que nos serviu de berço, «que nos escutou os infantís vagidos e bebeu as lagrimas primeiras», jámais esquece. Em paiz extranho o tecto paternal é o nosso sonho, o sino da egreja matriz a nossa saudade. Por entre as sombras do passado vemos o primeiro e ouvimos o segundo com tão entranhado affecto, que desejariamos de todo o coração, por um só instante que foase, resuscitar essas tão gratas illusões preteritas. Na opulenta Babylonia, nas viçosas margens do Euphrates e á sombra dos seus salgueiros, os israelitas choravam a pobre Jerusalem, que era a sua patria; e o desejo que nutriam era descançar o ultimo somno na terra natal.

Como os homens são as sociedades, que nunca esquecem através dos seculos as fontes d'onde derivaram. As nações europêas fitam sempre o Oriente como berço, as da America hão de sempre tomar a Europa como mãe.

Costumam os bons filhos opulentar a herança, aproveitando a experiencia e as lições dos paes, mas nos palacios que edificam commove-os muitas vezes a recordação da sua primeira casa. Para nós as tradições e mythos orientaes têm ineffaveis encantos; as scenas biblicas, as historias e lendas musulmanas, as superstições da India despertam e excitam a phantasia do europeu no centro da sua famosa civilisação. Para o americano a Europa é o seu Oriente, e sel-o-ha sempre; para aqui convergirão constantes as suas attenções, e no meio dos progressos extraordinarios da sua sociedade e da varonil formosura da sua natureza a Europa será sempre para elle a terra dos prestigios e o eldorado dos seus sonhos.

A viagem do europeu ao Oriente e do ame

ricano á Europa estão nas mesmas relações de identidade de origem e de sentimentos. A ambos move e arrasta a mesma attracção, ingenita e indefinivel, a visitar aquellas terras que já na infancia ouviram anciosamente descrever, umas com os mythos dos oraculos e da tradição, outras com os encantos e galas da poesia. Para ellas tendem instinctivamente, á maneira d'aquelles rios de curso lento e socegado, que tortuosos e com largos gyros e circuitos como que parecem querer demandar de novo a fonte d'onde descenderam.

Mas na viagem do europeu por terra e na do americano por mar que differença profunda! A terra é uma cadeia palpitante de vida e de movimento, cujos elos se vão successivamente encadeando e prendendo por novas e variadas sensações, prolonga-nos a existencia e attenúa-nos a saudade; o mar, essa larga fita que separa os hemispherios, é como uma pagina branca do livro da vida, uma especie de iniciação e preparação para novo capitulo. A terra é um penhor de segurança, o mar, abysmo escavado debaixo d'outro abysmo, exaggera a distancia e difficulta o regresso.

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E podemos dizel-o, despidos de adulação e sem loas palacianas. Numa epocha em que a Europa vê os seus reis collocarem-se à frente dos exercitos para metralhar os povos, ou os povos incendiarem os edificios e fusilarem os inermes para aquilatar todas as condições com a rasoura do exterminio, um monarcha americano, viajando sem as insignias e sequito da realeza, tractando só de ver e aprender, evitando as côrtes e frequentando as academias e as officinas, porque a litteratura e as artes, digamol-o assim porque é a verdade, são os padrões por onde se afere e aprecia o estado social dos povos, deve attrahir espontaneamente affectos e sympathias.

A viagem do sr. D. Pedro d'Alcantara á Europa é um acontecimento apparentemente trivial, porque nada ha mais simples neste mundo do que a viagem d'um cavalheiro acompanhado de sua esposa, mas pode ter uo futuro consequencias utilissimas para a sua patria.

Bem sabemos que para alguns o brilho da coroa que lhe circumda a fronte é recommendação duvidosa, assim como para outros é um signal de predestinação. Estes são os extre

mos fataes em que tropeçam grandes talentos. O medius tutissimus ibis de Ovidio é nestes casos a regra certa. Avaliar um monarcha pelos signaes do seu poder, em qualquer sentido que seja, é uma futilidade. Debaixo dos arminhos pode palpitar um nobre coração, embora homens indignos tenham por vezes empunhado o sceptro. Ama-se a realeza, quando os reis, como Pedro v, a exercem como um sacerdocio; respeita-se, convertida no horto da agonia de Luiz XVI. A realeza equivale á magistratura, ao magisterio, a qualquer encargo social, honrado pela inteireza do funccionario que o exerce. O monarcha não é mais do que o supremo magistrado da nação, e é tanto mais digno de respeito, quanto é mais difficil e melindroso o seu officio. São odiosos os abusos, e por isso os despotas; mas tambem são pueris os sustos republicanos que os receiam disfarçados sob um nome.

Este officio de reinar hoje em dia, em que os thronos andam abalados, subvertendo-se aqui uma dynastia com o terremoto das revoluções, sustentando-se acolá outra pela força das armas ou com o ouropel de algumas victorias, é uma commissão perigosa para os que não comprehendem como devem as obrigações do seu posto e as tendencias do seu seculo. Os monarchas que timbram de o ser aproveitam a favor da causa publica os recursos do seu ingenho e os fructos da sua experiencia. Esta é a base segura dos seus thronos, porque é tambem fundamento da felicidade de seus povos.

Não é preciso comparar o Imperador do Brasil com o czar da Russia Pedro I, nem com outros principes e homens notaveis da historia; seria impertinencia inutil. Mas o viajante que percorreu e estudou tantos e tão diversos estados, a sisuda Allemanha, que é a alma mater da sciencia, a formosa Italia, patria das bellas artes, a industriosa Inglaterra, a romanesca Hispanha, e a rainha do gosto, a espirituosa França, de certo que levou para alem do Atlantico lições proficuas da arte de reinar.

O Imperador aportou á Europa quando ainda retiniam os echos derradeiros da guerra allema, quando ainda se não tinha apagado o ultimo clarão dos incendios de Paris. Que sensações as suas quando entrasse na nobre capital da França!

De Mario nas ruinas de Carthago falam os historiadores como de assumpto proprio para considerações profundas. Talvez que seja. O romano audaz, que enfiara na espada a coroa de Jugurtha e o louros dos Cimbros, resvalando do cume da grandeza nos abysmos da desgraça, devia despertar idéas serias E sentado sobre os destroços d'uma cidade florescente, a affinidade de destinos entre o homem e o povo excitava a sympathia que attrahe a homogeneidade da sorte.

Differentes idéas, mas não menos profundas considerações devera suscitar a visita do Imperador do Brasil ás ruinas da antiga Lutecia. Que grande e tremenda lição para povos e para monarchas!,

Mas o que tem sido o sr. D. Pedro no throno que estreiou ainda menino, e com o sceptro que empunhou ao sahir da adolescencia? Pouco basta para a synthese da sua gerencia.

Pondo de parte as lutas, muitas vezes ingloriosas, dos diversos partidos, que para empolgar o poder ferem accesas contendas sob o sceptro imperial brasileiro, e cujas apreciações são de sua natureza parciaes e suspeitas, a reputação d'este principe foi sempre boa e

segura.

Conservar desde longos annos a coroa na cabeça num continente por excellencia republicano, e conserval-a por livre e espontanea vontade dos seus subditos; manter com firmeza e resolução a paz e a ordem nos seus vastos estados, circumdados da hydra da anarchia, que como cancro vai corro muitas das republicas americanas; sustentar a guerra quando indispensavel, e sustental-a com porfía e denodo a despeito de muitas contrariedades; fundir o bronze das estatuas em monumentos mais valiosos de instrucção publica para dar aos seus concidadãos a alforría da ignorancia; conceder aos escravos os fóros da cidade para engrandecer o imperio com novos elementos de prosperidade, todas estas paginas do governo do sr. D. Pedro II são fiador bastante do seu alto merecimento. Ellas falam de per si e dispensam commentarios.

Com isto fecho o meu trabalho, meus amigos, e ahi vos deixo espaço para a vossa descripção, que tornará este livro, alem de verdadeiro nos factos, curiosissimo de noticias e apontamentos interessantes.

Coimbra, 15 de maio de 1872.

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nog ovog ob obelist Aobably ao soliot mng sivil olipos ob sroly obab sheup Br Job CENTENARIO DA REFORMA DA UNIVERSIDADE ofast lol.

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obatiopros-obno vizuloze ofgeonhos m... a immortal c'roa,
asioil so erb olmach a oQue na frente hoje cinge triumphantes
A famosa Coimbra,
de Pombal a coruscante estrella

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misbabrev a omo,solavesh e o Com seus raios a cobre e faz mais bella, uT os msbro aue ab otrsar us C 89889 1otti 2092 20 da IT DINIZ. Som supov o mag brotad sig slo O Coimbre! o cité autrefois si superbe! reveille-toi. oiling sbabioitol saimnog s wishes Lève de nouveau ta tête altière, toi, qui peux te vanter d'avoir possédé dans tes un sanctuaire, où la i la Loofya Gazon ové rendait ses oracles par l'organe de tant de vants sublimes et profonds, qui furent et seront à jamais l'honneur de leur patrie, ainsi que le digne et dog myob légitime objet de l'admiration de l'univers. Sors auebubindo ojourd'hui, ville fortunée, du sommeil léthargique où t'avait plongé la méchanceté dans le tombeau d'Aristote; viens voir renaître tes jours de gloire, mais mille fois plus brillans, et plus beaux: apprête-toi à les célébrer, et cours déjà préparer des couronnes de fleurs -lange maisa ashot as achot sup odbojet de laurier, pour en ceindre la tête de ton auguste -linpeseb en smu sa geminang meno Restaurateur.

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GAUBIER DE BARRAULT.

Ha cem annos exactos que um generoso extrangeiro escrevia estas nobres palavras, quando se propunha á empresa de traduzir o nosso Camões, de que apresentava como amostra os episodios de Ignez e do Adamastor, trasladados com elegancia para a sua lingua. Ellas revelam claramente que a Reforma da Universidade, projectada e realisada pelo Marquez de Pombal nesse mesmo anno, era recebida com applauso. bos

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A Reforma, alem de progresso, era uma victoria. Fora a luta longa e porfiada, longa de seculos, porfiada de extremos animosos; e rematava nobremente com a alforria do pensamento, tornando o professor cidadão livre do Imperio da razão.omisshu i se-poret sinu atpong mich oup Indo] ob ogase nol ob opad obst #loga obareni modme out.ucede o ano widerginoO A BOICE sh O egoismo, que por vezes influe nas diversas classes, é quasi sempre o mobil que costuma transtornar o equilibrio social. Quando o bem publico é a norma do espirito e lhe guia os passos, fortalece-se sinceramente a confiança, e consegue-se como natural consectario influencia solida e segura, que a habilidade e ingenho, por transcendentes que sejam, não alcançam cabal e completamente por meios machiavelicos, embora consigam dominar por alguns tempos. Os serviços que prestaram os jesuitas foram importantes; negal-os seria um contrasenso, porque muitas paginas da nossa historia os abonam e justificam. São até ineptas, alem de injustas, as arguições de insciencia ou impericia com que alguns ennodoam a sua memoria; varões sabios e extraordinarios como um Lucena ou um Vieira honram singularmente os tos a que pertenceram. A Companhia sobresahiu e distinguiu-se por muitas circumstancias ponderosas; mas, como mirava sómente ao seu engrandecimento, havia de cahir mais cedo ou mais tarde, porque sustentava o monopolio d'uma classe com prejuízo das outras, o que tanto vale como prejuizo do bem publico, que só se cifra na liber08 ozai 104 estobselivio zotnsitant eues sh sholg & o sodit anez ob biorent 0qaret of abism é citado

1 Sulpice Gaubier de Barrault, cujo opusculo pelo sr. Visconde de Juromenha, que o dá como impresso em 1735, no o que ha engano manifesto, quanto o emplar que possuimos, é que pertenceu (como nelle se declara) ao Bispo Inquisidor Geral, D. José Maria de Mello, diz claramente le vi de Juin

2 Palavras famosas dos Estatutos Novos.

VOL. XVI.

N. 7.

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dade plena de acção, livre para todos os cidadãos. A felicidade do povo apontavam-na elles sim como sim como meio, mas nunca a fim. E a optaram com sua quéda foi tanto maior e mais estrondosa, quanto mais alta se tinham elevado, dominando as vontades dos reis pela astucia e diplomacia, e subjeitando os espiritos pela instrucção publica, da qual tinham a direcção exclusiva, tendo conquistado palmo a palmo e com tenacidade de ferro o dominio das escholas.

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Tudo prosperava com os seus cuidados e desvelos; mas, como a verdadeira e unica consequencia eram só os seus interesses-o augmento da sua ordem e o requinte do seu poder, essa prosperidade era bastarda para o povo, que nunca auferiu os beneficios sãos e reaes d'uma verdadeira e genuina felicidade publica. Bem se lhes podiam applicar os versos do nosso epico:

Rand anginal so antherin. Vê que aquelles, que devem á pobreza in, unique Thanos ub Amor divino, e ao povo charidade, A nodmor of an botone Amam sómente mandos e riqueza, Simulando justiça e integridade. 27001 891 enfind by aid

Assim como na fabrica d'um relogio é preciso que todas as rodas sejam egualmente perfeitas e polidas para que funccionem unanimes; se uma se desequilibrar ou intrometter na outra, estorva-se o movimento de todas; assim no machinismo social as suas diversas classes devem trabalhar, conjunctas sim, mas independentes e livres, mas sem se cruzarem com a actividade das outras, que é egualmente um bem e perfeição para todas. Se uma classe imperar absoluta sobre as outras classes, a somma de forças, que usurpa enfraquecendo as suas companheiras cooperadoras, não a felicita e enriquece a ella como presume, porque produz o desequilibrio, que é a desordem, seguindo-se por fim ou a reacção, que é a revolução, ou a paralisação das funcções vitaes da sociedade, que é a morte. A influencia jesuitica encontrou a reacção, a principio surda e imperceptivel mas constante, e que a final a supplantou e aniquilou de todo. els arrold A

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Uma das consequencias da quéda da Companhia foi a Reforma Universitaria; e o braço de Pombal, que fôra raio para uma, tornou-se firmissimo apoio para a outra. A Companhia era o absolutismo, embora illustrado mas egoista; a Reforma, proclamando a liberdade da sciencia, preparava tambem os germes da liberdade politica, cujos primeiros alvores prenunciava carotenest rates sup so sing sill o otiriqas ob

sbDecorreu já um seculo, e a Universidade hoje celebra com jubilo o primeiro Centenario da sua famosa Reforma. up sahnebuvomet og odasgai s cquot angle og simob megmos produɔ20) kids room to sinon Eso Instituto, que no livro dos seus socios inscreve os nomes de tantos e tão distinctos membros do corpo universitario, que são realce e lustre d'esta sociedade, commemora esta data e esta festa, que ficarão indeleveis nos fastos da nossa litteratura. Ao recordarmos (diz o dr. B. A. Serra de Mirabeau) a grande empresa da restauração das sciencias, um sentimento de enthusiasmo e gratidão se expandé no peito de portuguezes. Ai dos povos, em quem a indifferença extinguiu este sancto estremecimento pelas glorias da patria! Perdido o amor de honrados feitos, que constituem a propria reputação, acabou-se a dignidade e a vida moral d'um povo. Portugal felizmente préza com entranhado amor as acções heroicas de seus filhos e a gloria de seus institutos civilisadores. Por isso ao correr um seculo, esta grande medida do tempo, que induz á contemplação do passado, não se

correr um se esqueceu de commemorar um dos mais notaveis acontecimentos,

de que rezam os seus fastos litterarios.»

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SCIENCIAS MORAES E SOCIAES ofyon segon

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AS RAÇAS HISTORICAS DA PENINSULA IBERICA
DE A SUA INFLUENCIA NA JURISPRUDENCIANS SCO
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votqirozs issp o jednomkanoq o risubant ins „sluanineq an kasinoï okoseinolos & obass lano na historiographia nacional, em Garrett na litteratura e em Coelho da Rocha na jurisprudencia: O primeiro exhumou a historia do terreno esteril das ephemerides e das chro

ab ofgsainoloo a kisgen oinometnenimstnicas, illuminando-a com o criticismo de Maango obamaloorq 9 eongmor soloq shuania Stadurio Progresso das sciencias historicas Os representantes, portuguezes do movimento scienti fico da Europa na primeira ciencias

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acceitam a civilisação da metropole-Bolonias

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caulaye Herder; o segundo explorou o riquissimo veio da poesia popular, não com a reflexão profunda da analyse allema, mas com metade d'este -Alargamento da esphera das sciencias Exi a ligeireza elegante de um poeta peninsular, gencias do momento actual-O sr. Theophilo Braga e o terceiro, menos audacioso e talvez menos e as ragas historicas da peninsula Sua opinião erudito do que Mello Freire, mas tão intelácerca da dominação romana na peninsula Religente comono sabio breformador dos direito futação:- As des a portuguez, com o seu notavel bom senso, 80 postitates economicas das sociedaSpeciaes do povo romano - Doutrina dos economis- seu espirito synthetico, o seu estylo, perfeitas A tradição religiosa e historica-As lendas tamente didactico e sempre medido no està lão sobre a riqueza do territorio hispanico Factos da boa prosa, escreveu um dos melhores caque attestam a colonisação romana pitulos dos annaes da jurisprudencia patria. ricas para a solução da questão ethnographica e É um triumvirato brilhante e sufficiente para da influencia do elemento romano nas instituições engrandecer a republica litteraria de um povo. peninsulares. espinosusbrations en Mas, prestada a devida homenagem aos tres ino a maigizo ansaior pigeluqoq sb'aiuto grandes vultos que iniciaram entre nós o penUma das conquistas mais importantes do samento moderno, é mister reconhecer que a sebulo actual nos annaes do espirito humano Historia de Portugal, o Romanceiro portuguez é, sem duvida alguma, a creação da sciencia ea Historia da Legislação não traduzem o historica. A geographia, a geologia, a paleon- ultimo esforço do intendimento humano, nem tologia, a ethnographia, saolinguistica, o es- pronunciam a ultima palavra da sciencia. De tudo das mythologias comparadas, e outros então para cá a sciencia, no seu caminhar ramos da encyclopedia humana, que, ou se incessante, tem annexado novos dominios ao não conheciam, ou eram imperfeitamente es- seu vasto departamento, de sorte que pode tudados, têm chamado a attenção dos sabios certamente asseverar-se que o momento actual, das academias, evaberto um vasto horisonte para nos servirmos da linguagem de Taine, á historiographia moderna. As leis da forma- o historiador preclaro da litteratura ingleza, ção das linguas, as origens dos deuses e das é mais exigente do que nunca. A sociedade religiões, o genio dos poemas nacionaes, as scientifica é infatigavel. Nas grandes officinas fontes historicas da jurisprudencia, e mil ou do pensamento sente-se o rumor de mil opetros problemas que a sciencia não lograva rarios, que, quando conseguem inscrever uma resolver, acham se hoje cabalmente explica nova conquistas no inventario dos descobridos, ou em via de proxima solução. mo mentos do genio, logo continuam redobrando de esforços na investigação da incognita de um novo problema. Agora é uma theoria socialse economica, que, ou surge inflorada nas galas de uma locução vividace scintillante, se o operario se chama Proudhon, ou apparece reduzida ás formas precisas da demonstração mathematica, se o operario se appeldepois é que desponta sobre a formação das theogonias, sobre a origem das raças e das linguas, sobre a evolução dos symbolos nasedade heroica da jurisprudencia, e tantas outras questões, que mal irá ao investigador erudito, que se vanglorie de ter determinado os ultimos limites da esphera scientifica.

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Este movimento scientifico, que se manifesta nos trabalhos profundos da critica allema sobre a historia e a jurisprudencia romana, nos estudos dos sabios inglezes sobre os thesouros inexgotaveis da litteratura oriental, nas indagações prehistoricas das sociedades anthropologicas da Belgica è da Italia, encontra em

França o applauso dos homens mais eminentes lida Karl Mar as theogonias, s0

da sciencia, podendo citar-se, ao lado de Niebuhr, bCreuzer,b Grimm, Müller, Darwin, Knox, Giddon,tos homes não menos illustres de Quatrefages, Dufresne, Littré, Michelet, Renan, Burnouf e Quinet.

Em quanto, porém, nos outros paizes se archivam as modernas descobertas da sciencia historica, quaes são entre nós os representantes da nova constellação de sabios? Pode affoutamente dizer-se que a reforma das letras por tuguezas na primeira metade d'este seculo está representada no sr. Alexandre Hercu

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