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Rotação em torno de um eixo, perpendicular a um dos planos de referencia.

PROBLEMAS

1.°

Dadas as projecções de um eixo vertical e as de um ponto, fazer girar de um angulo dado o ponto em torno do eixo e construir as projecções da sua nova posição.

Se o ponto girar em volta do eixo de um angulo V, isto é, se percorrer sobre o seu parallelo um arco, que tenha por medida o mesmo angulo V, a sua projecção horisontal hade descrever um angulo igual a Ve no mesmo sentido, que se moveu o ponto dado, porque a linha, que projecta o ponto horisontalmente, ficará sempre parallela ao eixo. Por outro lado o plano do parallelo, descripto pelo ponto dado, é horisontal e por consequencia a distancia do ponto ao plano horisontal de projecção ficará constante, durante o seu movimento, e igual à distancia da primeira proá jecção vertical d'esse ponto á linha de terra.

2.o

Dadas as as projecções de um eixo horisontal e as de um ponto, fazer girar de um angulo dado o ponto em torno do eixo e construir as projecções da sua nova posição.

Applica-se um raciocinio analogo ao do primeiro problema.

3.0

Dadas as projecções de um eixo, horisontal ou vertical, e as de uma linha recta, ligada invariavelmente com elle, fazer girar de um angulo dado esta recta em torno do eixo e construir as projecções da sua nova posição.

Para construir as projecções da recta bastará determinar as projecções de dous quaesquer dos seus pontos, depois da rotação, e ligar entre si, por meio de rectas, as projecções do mesmo nome d'esses dous pontos.

4.o

Dadas as projecções de um eixo, horisontal ou vertical, e os vestigios de um plano, ligado invariavelmente com esse eixo, fazer girar de um angulo dado o plano em torno do mesmo eixo e construir os seus vestigios na sua nova posição.

Suppondo que o plano está ligado invariavelmente com o eixo e que gira em volta d'esse eixo de um angulo dado, é certo que todas as rectas existentes nesse plano hão de girar em volta do mesmo eixo de uma mesma quantidade e portanto, se se tomarem em consideração duas d'essas rectas quaesquer e se se determinarem os pontos de intersecção

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Os dois problemas precedentes 5.o e 6.o servem para t tornar uma recta qualquer perpendicular a um dos planos de referencia. Esta questão pode ser resolvida por quatro differentes modos: 1.° por duas mudanças de plano; 2.° por uma mudança de plano e uma rotação; 3.° por uma rotação e uma mudança de plano; 4.0 por duas rotações successivas.

Dados os vestigios de um plano, obliquo em relação a um dos planos de referencia, deslocar este plano ou o plano dado, de modo quo se tornem perpendiculares um ao outro.

Mudar o plano de referencia, em relação ao qual o plano dado é obliquo, e tomar uma nova linha da terra perpendicular ao vestigio do plano de nome contrario ao do plano, que se mudar.

Fazer girar o plano dado em volta de um eixo, parallelo ao plano, que se mudar, até que o seu vestigio de nome contrario ao do segundo plano, fique perpendicular á linha

Dados os vestigios de um plano, perpendicular a um dos planos de referencia, deslocar o plano dado ou o plano de referencia de nome differente, de maneira que fiquem parallelos.

Mudar o plano de nome contrario ao d'aquelle, ao qual o plano dado é perpendicular, e tomar uma nova linha da terra, parallela ao vestigio do plano dado sobre o plano, que

Fazer girar o plano dado em volta de um eixo perpendicular ao plano de referencia, ao qual o plano dado é perpendicular, de modo que o vestigio do plano dado sobre esse plano fique parallelo á linha da terra.

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Dadas as projecções de uma recta e as de uma figura qualquer sobre os dois planos de referencia, fazer girar essa figura em torno da recta dada, como eixo, e construir sobre os mesmos planos as projecções da figura dada, depois da sua rotação.

1. Se a recta for perpendicular a um dos planos de referencia, o problema resolver-sefacilmente por meio dos problemas 1.0, 2.o, 3.o e 4.°

2. Se a recta não for perpendicular a um dos planos de referencia, será necessario tornar um d'estes perpendicular a essa recta, projectar sobre esse plano, assim modificado, a figura e fazel-a girar então em volta do eixo de um angulo dado. Determinadas as projecções da sua nova posição será facil deduzir as projecções da posição correspondente sobre os planos primitivos.

(Continúa) JOSÉ DE SALDANHA O. E S.

LITTERATURA E BELLAS-ARTES

MYSTERIOS DO CORAÇÃO

(Scena XII do Iv acto dos Rauber (Salteadores) de Schiller 1)

AMELIA, correndo para fóra do jardim:

Mas elle ainda vive!

1 Para intelligencia de quem não conhece o drama do grande poeta allemão, convem dizer-se que o conde de Brand é o proprio Carlos de Moor, que Amelia tiVOL. XVI.

aonde ides?

O CONDE DE BRAND: Com tal pressa

nha amado, e a quem o conde de Moor, seu irmão, fizera passar por morto, para lograr sem competidor o condado de seu pai. Carlos de Moor tornou-se chefe de salteadores; volta desconhecido ao palacio de seus avoengos, com o pseudonymo de conde de Brand, e Amelia, que o julgava morto, só o reconhece nas ultimas palavras d'esta scena. N.° 9***

AMELIA:

(E sempre o meu fantasma!)

BRAND:

Senhora, vinha dar-vos meus adeuses; porém, tão abalada vos encontro...

AMELIA:

Adeus, conde! mas não! ficae... Ditosa seria eu, se não tivesseis vindo... Porque foi que viestes nesta hora?

BRAND:

Ereis então feliz, se eu não viesse? Adeus!

AMELIA:

Por Deus, ficai! Por Deus, vos peço não me intendais assim! Dizei-me conde:

que mal vos fiz, pois que aos meus proprios olhos

me tornais criminosa? O amor eterno
que intentais destruir, que mal ha feito?
Nunca vos tinha visto, e no meu seio
permanecia sempre o amor mais puro!
Viram-vos estes olhos... Deus quizesse
que se apagasse a luz d'estes meus olhos,
antes de me instillarem fogo impuro!

BRAND:

E' para mim a maldição pezada? Senhora, eu vejo o brilho da innocencia em vosso coração e em vossos olhos...

AMELIA:

(E' mesmo o seu olhar !) Par quem sois, conde, não lanceis sobre mim esses olhares! afastai-os, que tanto me perturbam! (Phantasia cruel m'o representa todo naquelle olhar...) Parti, deixai-me, tomai a forma d'um reptil immundo, se quereis que ao meu lado vos consinta!

BRAND, olhando-a amorosamente:

Tu mentes-me, criança !

AMELIA, com ternura: Conde, escuta: teu coração é falso? é mentiroso? queres tripudiar entre as angustias do pobre coração que me laceras ? Mas... a mentira penetrar não pôde em olhos que... parecem os seus olhos... que os reproduzem como um puro espelho! Oh, feliz, se eu podésse aborrecer-te! Oh, infeliz, se eu não podésse amar-te!... (Sentindo nas mãos um beijo ardente de Brand.) Os teus beijos abrazam como o fogo !

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RRAND:

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Quando te vê tremer, succumbe o forte! (Escondendo o rosto no seio de Amelia:)

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Quero morrer aqui! Teu seio puro sa será o meu sepulchro... Pont sotmesos

AMELIA:

Foge... deixa-me... afasta me esses labios que me queimam! ab (Tentando em vão repellil-o:)

Que extranho fogo me percorre as veias! ¿Cumpria que viesses de tão longe

apagar um amor que eu cria

(Abraçando-o freneticamente:)onsig Deus te perdôe, meu

BRAND:

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Se isto é separação do corpo e da alma, a morte é o prazer maximo da vida!...po AMELIA, com ternura e como em delirio: Aqui, neste logar, vi-o mil vezes, tendo juncto de si quem tão ditosa juncto d'elle olvidava céu e terra!... Aqui, os seus olhares abrangiam num lance voluptuoso a natureza! Aqui, dizia elle que sentia

as doçuras do olhar que ampara o justo!up E o rosto radiava-lhe alegrias,

e as aves, silenciosas, pareciam
enlevadas ouvir os cantos d'elle !...
Alli, naquelle monte, elle colhia
rosas... só para mim! Alli, pousava
nos meus labios seus labios abrazados,
e me unia a seu u seio palpitante...
(Cahindo desfallecida :)

Ó tu, que eu tanto amei, sou criminosa!
Castiga-me! Violei meu juramento!

BRAND, soltando-se dos braços de Amelia,
e olhando-a fixamente:

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Ó Deus, ó tu quem quer que o mundo rejas,

tua vontade é esta? Restitue-me
este penhor d'uma alliança eterna...
Esconde-te no inferno, amor nefasto!...

AMELIA, assustada:

Que tens?... o teu olhar feroz assombra!
Teus labios estão brancos como a neve !...
Pobre de mim! assim to passa logo
a alegria do crime !...

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BRAND, tentando dominar-seen oloneladang.com ole SEMPRE NOIVA The now offe

se of offiguurtie à Nada... nada!... one-y
crê, não é nada! (Eu sou ainda homem !)

Toma este annel tambem... este... recebe-o! Lov
com elle o meu amor... e tudo... e Amelia...

AMELIA, erguendo-se em sobresalto:

Tua Amelia quem é?

Alias sh A

BRAND:

os o eh niter Uma innocente,
tão fiel como os anjos! Eu... amava-a!
Quando nos apartámos, eu deixei-lhe
o meu annel, e recebi o d'ella,
como penhores de alliança eterna!
Disseram-lhe que a morte me levara,
e ella ficou fiel ao que era morto!
Mas, quando soube que eu vivia ainda,
quebrantou a alliança que jurara...
Corro aos seus braços... o prazer dos deuses
não embriagava tanto! Fundo golpe
então partiu meu coração ardente:
restituiu-me o penhor d'essa alliança,
e eu restitui-lhe o diamante d'ella !...
AMELIA:

E' singular! E' singular e horrivel!

BRAND:

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E' singular e horri vel! sim, criança !
e muito! e muito! Oh, quanto ignora o homem
antes de conhecer o Ente augusto
que ri de seus ingenuos juramentos,
e chora sobre os seus projectos loucos !
E' muito desgraçada a minha Amelia!

AMELIA:

Porque te repelliu, é desgraçada ? bare
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BRAND:

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E' desgraçada por haver cedido
s. no momento
seus labios aos meus labios,
em que foi quebrantar a fé jurada!
AMELIA, docemente:

Muito infeliz então! Pobre criança !
Quero chamar-lhe irmã... Embora ! existe,
alem da vida, mais sereno mundo!

BRAND:

Onde se rasgam véus que a vida obumbram,
vida obumbram,
onde o amor, que sorriu, recúa e treme!
Chama-se eternidade !... A minha Amelia
é muito desgraçada!

AMELIA:

Assim, quem te ama, tendo o nome de Amelia, é desditosa!

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BRAND:

Sim... quando pensa que abraçou um anjo,
e aperta contra o peito um assassino...
E' muito desditosa a pobre Amelia !

Choro por ella...
HOU SHOX

# Holy th

AMELIA:

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Martim Lourenço não lamentava já a injustiça com que fôra tractado por el rei D. Manuel. O segredo, de que se assenhorara no desvão da egreja de S. Francisco, valia a seus olhos muito mais que a encomiastica prégação que o monarcha supprimira. Faltava-lhe, porém, uma cousa não menos importante que tudo o que tinha ouvido. Era o nome d'aquelle que estava já em Africa e havia de passar a Arzilla, a fim de assassinar a D. Francisco de Portugal. Da conversa a que assistira deprehendera que o frade se servia de Gonçalo d'Ayola como de um instrumento, fazendo-lhe crer que tractava de o vingar quando era elle proprio quem se vingava. De quê? Que motivos teria Fr. Julião para promover a morte de D. Francisco? Eis o que ao architecto muito importava descobrir. Assim, parecendo-lhe que do frade, por esperto e manhoso que era, nada poderia saber, resolveu-se a buscar Gonçalo d'Ayola, que, ameaçado de subito, cederia ao sentimento do medo, revelando tudo. Depois de o procurar inutilmente tanto nos paços rea es como nos logares que elle mais frequentava, encontrou-o a final, sahindo da cidade com el-rei entre los sete ou oito cavalleiros que o acompanhavam para o Algarve. Teve, pois, de tomar differente rumo em suas indagações. Nem o bispo D. Affonso nem seu filho estavam em Evora; mas era possivel que a D. Beatriz de Portugal não fossem tão occultas as razões de malquerença que a seu irmão tinha o franciscano, que não prestasse alguns esclarecimentos indispensaveis para se impedir o projectado crime. Neste presupposto a procurou Martim Lourenço nos paços dos duques de Bragança, na rua da Mesquita, para onde a obra da reedificação da casa do bispo de Evora o obrigara a mudar temporariamente a sua residencia.

Encontraram-se na escada, um subindo, outro descendo, o architecto e o velho escudeiro Domingos. Este exclamou, apenas se

BEARD, retirando-se: holy at avistaram:
Chora por ti mesma!

Ai! Sar. Martim Lourenço, que Deus vos guiou a esta casa! Agora vos ia eu chaSABE CANDIDO DE FIGUEIREDO.mar por ordem de minha ama. Está de tal

sorte consternada que muito receio que venha a adoecer. Que desgraça! O sår. D. Francisco, o meu bom amo, que em menino trouxe ao collo, talvez a estas horas já não seja vivo! Oh! Que se eu tivera menos vinte annos não me verieis aqui por certo. Iria agora caminho d'Arzilla para saber a verdade e para atirar algumas boas lançadas áquelles cães dos moiros... Má peste os mate...

-A desgraça que dizeis não é ainda certa, e estou que se não ha de realisar. Tranquillisae-vos, pois, bom velho, e conduzi-me aonde está a sr. D. Beatriz.

a

O escudeiro introduziu o architecto numa sala, onde passeiava vivamente inquieta a filha do bispo D. Affonso.

Sur. Martim Lourenço, disse-lhe ella, parece que adivinhastes a ordem que eu acabava de dar ao meu velho Domingos. Entrastes aqui antes que elle tivesse tempo de sahir de casa.

Muito folgarei sempre de prevenir aos Vossos desejos, senhora.

Quero saber de vós com verdade as noticias chegadas hoje d'Arzilla. Disseram-me que os moiros entraram a praça. Terá perecido D. Francisco? Oh! Meu Deus! Oh! Meu Deus! Apartae de sobre mim tamanha desgraça. Não me priveis de um irmão, a quem amo com tanto extremo! Tende misericordia de mim! Que mal fiz eu para ser castigada com a mór de todas as desventuras!

E em quanto assim exclamava, cruzando os dedos das mãos com dolorosa angustia, punha no céo os olhos supplicantes.

- Sem causa vos affligis, disse Martim Lourenço, commovido pela dor que sentia a filha do bispo de Evora e que realçava a sua grande formosura. Os moiros não chegaram a tomar o castello, onde a guarnição se re

colheu.

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Que importa esse fraco recurso! Pouco tempo terão resistido algumas dezenas de soldados contra tantos milhares de inimigos.

Esse pouco tempo bastaria para que chegasse á praça algum soccorro.

- Estaes illudido ou quereis illudir-me. As tropas do meu pae não tiveram ainda tempo de partir do Algarve, e o rei de Fez entrou em Arzilla na quarta-feira passada.

-Não quiz fallar das tropas do Algarve, porém da esquadra que na quinta ou sextafeira poderia chegar á vista da Arzilla. Que esquadra?

-A de D. João de Menezes que fundeava em Tanger e Alcacer.

- É um valoroso capitão D. João de Menezes. Mas que poderá elle e os dois ou tres mil soldados que levou do reino contra um exercito tão numeroso, como dizem ser o dos moiros, e por mór desgraça assenhoreado já dos muros da villa?

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tendido nas guerras d'Africa tanto por mar como por terra. Sei qual é a situação do castello d'Arzilla, e vejo a natural possibilidade de o soccorrer pelo arrecife.ans des HOT --Agradeço-vos, sir. Martim Lourenço, mais esta prova de dedicação para commigo. Quereis alevantar-me o animo com uma esperança, infelizmente pequena para o muito grande mal que o opprime. Ai de mim! A guarnição d'Arzilla não resistiu de certo ao poder dos moiros. Diz-me um terrivela presentimento que D. Francisco succumbiu.

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Pela minha parte, continuou Martim Lourenço, tão convencido estava, e ainda estou, do contrario que vinha procurar-vos para lhe prestarmos um serviço. Dos allo A meu irmão?

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A vosso irmão, o sñr. D. Francisco de 1 nonindins of Conheceis um franciscano, chamado Fr.

Qual é? Fallae!

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Por meu mal o conheço. Se acreditasse em agoiros, diria que na presente conjunctura o nome fatal d'esse frade...

Deixae aos animos fracos a crença em agoiros e embellecos. Daria o sir. D. Francisco a Fr. Julião algum motivo de malquerença?

-Não. Antes por sua indulgencia e generosidade o obrigou a eterna gratidão. A maior desgraça que D. Francisco poderia soffrer foi causada por Fr. Julião. Outrem desforçar-se-hia com uma vingança espantosa. Meu irmão perdoou-lhe.

Mas, que grande mal foi esse de que

fallaes?

-Não devo dizel-o. D. Francisco, alem de perdoar, quiz que se não divulgasse aquillo que, sabido em Evora, perderia o frade para

sempre.

-Pois sabei, senhora, que o franciscano. em vez de ter para com vosso irmão a gratidão que esperaveis, está empregando meios criminosos para tirar-lhe a vida.

-Que dizeis! É possivel !

E' certo. Da propria bocca de Fr. Julião ouvi seus criminosos planos em logar onde se julgava sem testimunhas.

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A vossa revelação desliga-me da minha promessa. A conservação de D. Francisco importa que eu falle. Ouvi, pois, e vereis como esse homem é mais para receiar que as mais ferozes das alimarias.

D. Beatriz contou em breves palavras o infame procedimento do frade em casa do bispo de Evora, o modo por que dera causa á desastrada morte de Brites de Vilhena, o arrependimento que fingira para obter o perdão de D. Francisco e a longanimidade com que este o tractara, fazendo até com que seu pae, o bispo D. Affonso, ficasse ignorando o que succedera em sua propria casa. A estas

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