Paladinos da linguagem ...

Capa
Agostinho de Campos
Aillaud e Bertrand, 1926

No interior do livro

Outras edições - Ver tudo

Passagens conhecidas

Página 143 - Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influencia do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.
Página 144 - A influencia popular tem um limite; eo escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de influencia a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.
Página xlviii - As armas e padrões portugueses postos em África e em Ásia, e em tantas mil ilhas fora da repartição das três partes da Terra, materiais são e pode-os o tempo gastar. Mas nada gastará doutrina, costumes, linguagem, que os Portugueses nestas terras deixarem [. . .]". Para os „louvadores", o „vulgar
Página 142 - Não sabemos, nem agora nos importa saber, se tal transformação nos leva a um dialeto português, tendo apenas com este relações de parentesco ; mas o que nos parece averiguado é que a língua que nós falamos aqui não é já absolutamente a mesma que se fala na antiga metrópole, embora a língua escrita l:í e aqui, seja, salvo casos de incorreção censurável, perfeitamente a mesma.
Página 18 - Para falar é engraçada, com um modo senhoril; para cantar é suave, com um certo sentimento que favorece a musica; para prégar é substanciosa com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para escrever cartas nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite; para histórias nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.
Página xxii - Floreça, fale, cante, ouça-se e viva a portuguesa língua, e já, onde for, senhora vá de si, soberba e altiva. Se tèqui esteve baixa e sem louvor, culpa é dos que a mal exercitaram, esquecimento nosso e desamor.
Página 18 - Pátria, e tem razão, que é dívida que os nobres devem pagar 15 com maior pontualidade à terra que os criou. E . ^ verdadeiramente que não tenho a nossa língua por ^ grosseira, nem por bons os argumentos com que alguns querem provar que é essa...
Página 29 - albaixe ao plectro , que hoje canta em rima, „ pois he tam certo que quem sabe , estima . Assi cantando fue la Portuguesa con celebrado aplauso larga historia, - ••> a quien por la dulzura que professa, entrambas concedieron la vi&oria.
Página 41 - Escritura que fizessem mais crescido volume; estes compram os livros pelo peso, não pelo feitio: de mais que não permitem tão licenciosa pena as leis da História. Outros queriam que me valesse do estrépito de vozes novas, a que chamam Cultura, deixando a estrada limpa, por caminhos fragosos, e trocando com estimação pueril o que é melhor pelo que mais se usa.
Página 18 - Tem de todas as línguas o melhor : a pronunciação da latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana.

Informação bibliográfica