Annuario, Volume 1

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Passagens conhecidas

Página 229 - Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste.
Página 62 - Que, como en guerra y en paz Viví tan honrado siempre, Para quejarme ofendido, No es mucho que no aprendiese Razones; porque ninguno Previno lo que no teme. ¿ Osará decir la lengua Qué tengo?... lengua, detente, No pronuncies, no articules Mi afrenta; que si me ofendes, Podrá ser que castigada, Con mi vida ó con mi muerte, Siendo ofensor y ofendido, Yo me agravie, y yo me vengue.
Página 260 - Que, quando a muita graveza de saudade quebrante esta vital fortaleza, antes moura de tristeza que, por abrandá-la, cante. Que se o fino pensamento só na tristeza consiste, não tenho medo ao tormento: que morrer de puro triste...
Página 255 - Por entre o espesso arvoredo; E de noite o temeroso, Cantando, refreia o medo. Canta o preso docemente, Os duros grilhões tocando; Canta o segador contente, E o trabalhador, cantando, O trabalho menos sente. Eu, que estas cousas senti Na alma, de mágoas tão cheia, (Como dirá, respondi, Quem alheio está de si Doce canto em terra alheia?
Página 268 - Me faz grau para a virtude, E faz que este natural Amor, que tanto se preza, Suba da sombra ao real : Da particular beleza Para a beleza geral.
Página 22 - Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes, que fizeram ; Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das victorias, que tiveram; Que eu canto o peito illustre Lusitano A quem Neptuno e Marte obedeceram : Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.
Página 280 - Quem do vil contentamento cá deste mundo visível, quanto ao homem for possível, passar logo o entendimento para o mundo inteligível, ali achará alegria, em tudo perfeita e cheia de tão suave harmonia que, nem por pouca, recreia nem, por sobeja, enfastia.
Página 229 - Alguma cousa a dor que me ficou Da magoa, sem remedio, de perder-te, Roga a Deus que teus annos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.
Página 262 - Terra bem-aventurada, se, por algum movimento, d'alma me fores mudada, minha pena seja dada a perpétuo esquecimento. A pena deste desterro, que eu mais desejo esculpida em pedra, ou em duro ferro, essa nunca seja ouvida, em castigo de meu erro. E se eu cantar quiser, em Babilónia sujeito, Hierusalém, sem te ver, a voz, quando a mover, se me congele no peito.
Página 303 - Do teu Príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus formosos se apartavam; De noite, em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam.

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