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XVI

TEATRO DE JÚLIO DENIS

ÚLIO Denis tem uma obra de teatro absolutamente desconhecida do público e que constituiu a parte fundamental do seu ensaio nas letras.

Apenas está publicado, nos Inéditos e Esparsos, um trecho do drama Bolo quente, escrito aos 17 anos de idade.

Nos manuscritos inéditos de Júlio Denis existem, com êste título, diálogos, monólogos e o programa dum drama. Dêle apenas foram publicadas umas scenas do acto II. Num papel que está junto, diz-se que o autor o tinha já passado a limpo (1).

(1) Palavra inintelígivel. Júlio Denis tem, por vezes, uma caligrafia muito difícil de decifrar. O sentido deve ser o da palavra que aproveitamos.

«Se assim é, onde parará?»

pregunta a meticulosa coleccionadora da sua obra manuscrita, a sr. D. Ana Gomes Coelho da Silva.

Mas há muitos mais. Vamos dar conta dos que podemos ver e em que se nota já marcado o estilo e a maneira de ser literária do romancista.

Teatro inédito de Júlio Denis (1):

1) O Casamento da condessa de Vilar Maior. Comédia original em 2 actos por J. G. G. Coelho. 1.a cópia, 26 de Dezembro de 1856. A scena passa-se numa hospedaria do Pôrto e na época em que foi escrita.

Numa segunda cópia aparece com o títuloO casamento da condessa de Amieira-(Feito de 21 a 27 de Dezembro de 1856).

2) O último baile do dr. José da Cunha. Comédia original em i acto por J. G. G. Coelho, 1657 (1 a 4 de Janeiro). Original completo e 2. cópia incompleta. Episódio passado num baile de máscaras em casa do conselheiro José da Cunha e de sua espôsa D. Eulália.

a

(1) Procuramos transcrever fielmente dos manuscritos.

3) Os anéis, ou Inconvenientes de amar às escuras. Comédia original em 1 acto por J. G. Gomes Coelho. 24 de Março de 1857. A scena passa-se na época em que foi escrita e em uma estalagem do Pôrto..

4) As duas cartas. Comédia original em dois actos por Joaquim G. Gomes Coelho. 1857. 1.a cópia. A scena passa-se no Pôrto e na época em que foi escrita.

5) Similes Similibus. Comédia original em 1 acto por J. G. Gomes Coelho. 1858. 1.a cópia. Principiada a 22 de Maio de 1856 e acabada a I de Junho de 1858. A scena passa-se no Pôrto, em casa de Tomás Bento e na época em que foi escrita.

6) Um Rei popular. Drama original em dois actos por Joaquim Guilherme Gomes Coelho. Pôrto. Julho de 1858. Personagens: D. João II, rei de Portugal; Antão de Faria, camareiro-mor, Anadel-mor dos besteiros e Alcaide-mor de Palmela; Conde de Faro, Marquês de Montemóré D. Álvaro: os três, irmãos do Duque de Bragança; D. Diogo, duque de Viseu; D. Fernando de Menezes, irmão do Bispo de Évora; D. Gutierres Coutinho; D. Fernão da Silveira, escrivão da Puridade; vários fidalgos.

André Girarte (1), taberneiro; Rui da Silva, pagem do Conde de Faro; Luísa, filha de André Girarte.

Lourenço Barbosa, Lopo Caldeira, Brás Serrão, Gonçalves Soares, Gil Paiva, homens do Povo. A scena passa-se em Évora. Época 1483.

7) Um segredo de família. Comédia original em 3 actos por J. G. Gomes Coelho. 1860 (2).

8) A Educanda de Odivelas. Comédia original em dois actos por Joaquim G. Gomes Coelho. Julho, 1860.

Personagens: O infante D. João (depois D. João V); o marquês de Abrantes; o conde de Viana; Álvaro, criado do Infante; João de

(1) Vidè A Excelente Senhora, nos Inéditos e Espa¿sos, vol. I, pág. 73.

André Girarte aparece na Excelente Senhora e no drama, e bem assim D. Diogo, Duque de Viseu e D. Álvaro de Bragança (irmão do Duque de Bragança).

A acção passa-se em Almeirim e Évora.

São estudos sôbre o romance e o drama histórico. Júlio Denis deixou-se arrastar pela influência de Herculano para êste terreno, que não era o mais propício às suas aptidões.

(2) Desta interessante comédia transcrevemos as primeiras scenas no capítulo XVII deste volume: O Médico nos seus romances.

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