Archivo Bibliographico, Edições 1-20

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Imprensa da Universidade., 1877
 

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Passagens conhecidas

Página 10 - Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar meus longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados de estranho ou próprio lenho...
Página 229 - Rei de Portugal e dos Algarves, daquem e dalem mar, em África, senhor de Guiné e da Conquista, Navegação e Commercio da Ethiopia, Arabia, Persia e da India etc.
Página 10 - Sabe que quantas naos esta viagem Que tu fazes, fizerem de atrevidas, Inimiga terão esta paragem, Com ventos, e tormentas desmedidas : E da primeira armada, que passagem Fizer por estas ondas insoffridas, Eu farei d'improviso tal castigo, Que seja mór o damno, que o perigo.
Página 24 - Chamei-me Adamastor, e fui na guerra Contra o que vibra os raios de Vulcano: Não que pozesse serra sobre serra; Mas conquistando as ondas do Oceano, Fui capitão do mar, por onde andava A armada de Neptuno, que eu buscava.
Página 10 - Pois vens ver os segredos escondidos Da natureza, e do humido elemento, A nenhum grande humano concedidos De nobre ou de immortal merecimento : Ouve os damnos de mi, que apercebidos Estão a teu sobejo atrevimento Por todo o largo mar, e pela terra, Que inda has de subjugar com dura guerra.
Página 20 - Amor por grão mercê lhe terá dado. Triste ventura e negro fado os chama Neste terreno meu, que, duro e irado, Os deixará dum cru naufrágio vivos, Para verem trabalhos excessivos.
Página 26 - Oh! Que não sei de nojo como o conte: Que, crendo ter nos braços quem amava, Abraçado me achei c'um duro monte De áspero mato e de espessura brava. Estando c'um penedo fronte a fronte, Que eu pelo rosto angélico apertava, Não fiquei homem, não; mas mudo e quedo E, junto dum penedo, outro penedo!
Página 26 - Ninfa, a mais fermosa do Oceano, Já que minha presença não te agrada, Que te custava ter-me neste engano, Ou fosse monte, nuvem, sonho ou nada? Daqui me parto, irado e quase insano Da mágoa e da desonra ali passada, A buscar outro mundo, onde não visse Quem de meu pranto e de meu mal se risse.
Página 8 - O' Potestade , disse, sublimada ! Que ameaço divino . ou que segredo Este clima , e este mar nos apresenta , Que mor cousa parece, que tormenta ? Não acabava , quando huma figura Se nos mostra no ar, robusta e valida , De disforme e grandissima estatura , O rosto carregado , a barba esqualida , Os olhos encovados , ea postura Medonha e má , ea cor terrena e pallida , Cheios de terra , e crespos os cabellos , A boca negra, os dentes amarellos.
Página 22 - Pomponio, Estrabo, Plinio, e quantos passaram, fui notorio: Aqui toda a Africana costa acabo Neste meu nunca visto promontorio, Que para o polo Antarctico se estende. A quem vossa ousadia tanto offende.

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