Curso elementar de litteratura nacional

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Livraria B.L. Garnier, 1862 - 568 páginas

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Passagens conhecidas

Página 367 - Este é o rio, a montanha é esta, Estes os troncos, estes os rochedos; São estes inda os mesmos arvoredos; Esta é a mesma rústica floresta. Tudo cheio de horror se manifesta, Rio, montanha, troncos, e penedos; Que de amor nos suavíssimos enredos Foi cena alegre, e urna é já funesta. Oh quão lembrado estou de haver subido Aquele monte, e as vezes, que baixando Deixei do pranto o vale umedecido!
Página 402 - E indo a dizer o mais, cai num desmaio. Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto moribundo; Com mão já sem vigor, soltando o leme, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que, irado, freme, Tornando a aparecer desde o profundo, — Ah! Diogo cruel!
Página 300 - Tu não verás, Marília, cem cativos Tirarem o cascalho, ea rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada Serra.
Página 44 - Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
Página 219 - Tem -de todas as línguas o melhor : a pronunciação da latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana.
Página 56 - Oh maldito o primeiro, que no mundo Nas ondas vela poz em secco lenho! Digno da eterna pena do Profundo, Se he justa a justa lei, que sigo e tenho.
Página 56 - E não sei por que influxo de destino Não tem um ledo orgulho e geral gosto, Que os ânimos levanta de contino A ter para trabalhos ledo o rosto.
Página 56 - Olhai que ledos vão, por várias vias, Quais rompentes leões e bravos touros, Dando os corpos a fomes e vigias, A ferro, a fogo, a setas e pelouros, A quentes regiões, a plagas frias, A golpes de idolatras e de mouros, * A perigos incógnitos do mundo, A naufrágios, a peixes, ao profundo.
Página 53 - Oh! Que não sei de nojo como o conte: Que, crendo ter nos braços quem amava, Abraçado me achei c'um duro monte De áspero mato e de espessura brava. Estando c'um penedo fronte a fronte, Que eu pelo rosto angélico apertava, Não fiquei homem, não; mas mudo e quedo E, junto dum penedo, outro penedo!
Página 56 - No' mais, Musa, no' mais, que a lira tenho Destemperada ea voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida! O favor com que mais se acende o engenho, Não no dá a Pátria, não, que está metida No gosto da cobiça e na rudeza Duma austera, apagada e vil tristeza.

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