Parnaso brazileiro: ou, Selecção de poesias dos melhores poetas brazileiros ...

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Página 310 - Seus estrídulos torva soltar? Tu não viste dos bosques a coma Sem aragem — vergar-se e gemer, Nem a lua de fogo entre nuvens, Qual em vestes de sangue, nascer? E tu dormes, ó Piaga divino! E Anhangá te proíbe sonhar!
Página 309 - Guerreiros, meus cantos ouvi. Esta noite — era a lua já morta — Anhangá me vedava sonhar; Eis na horrível caverna, que habito, Rouca voz começou-me a chamar.
Página 3 - Sobre suas ruinas gemem, choram, Longe da patria os filhos foragidos: Accusa-os de traição, porque a amavam, Servil, infame bando . Ah! não digas, ó Zoilo, mal do vate, Se aos lares seus não volta acicalado, Subito ferro afogaria o grito, Que pela patria erguesse.
Página 11 - ODE AOS BAIANOS Altiva musa, ó tu, que nunca incenso Queimaste em nobre altar ao despotismo ; Nem insanos encómios proferiste De cruéis demagogos ; Ambição de poder, orgulho e fausto, Que os servis amam tanto, nunca, ó musa, Acenderam teu estro ; a só virtude Soube inspirar louvores. Na abóbada do templo da memória Nunca comprados cantos retumbaram ; Ah ! vem, ó musa, vem ! na lira...
Página 92 - O infernal retintim do embate de armas, Os trovões dos canhões que ribombavam, O sibilo das balas que gemiam, O horror, a confusão, gritos, suspiros, Eram como uma orquestra a seus ouvidos! Nada o turbava! — Abóbadas de balas, Pelo inimigo aos centos disparadas, A seus pés se curvavam respeitosas, Quais submissos leões; e nem ousando Tocá-lo, ao seu ginete os pés lambiam.
Página 16 - Qual a palmeira que domina ufana "Os altos topos da floresta espessa: "Tal bem presto há de ser no mundo novo "O Brasil bem-fadado. "Em vão de paixões vis cruzados ramos "Tentarão impedir do sol os raios — "A luz vai penetrando a copa opaca; "O chão brotará flores.
Página 7 - Gomo as gotas da chuva o sangue ensopa Árido pó de campos devastados; Como do funeral lúgubre sino Gemidos mil retumbam. Criancinhas, matronas, virgens puras, Que à apostasia, que à desonra vota O feroz Moslemim, filho do inferno, Como mártires morrem.
Página 91 - O eco da floresta, eo peregrino Que indagador visita estes lugares: Waterloo! . . . Waterloo! . . . dizendo, passam.
Página 217 - Olha -te o escravo. Sopeia em si os agros pezadumes: Ao som dos ferros o instrumento rude Tange, bem como em Africa adorada, Quando (tão livre!) o filho do deserto Lá te aguardava; eo écho da floresta, Da ave o gorgeio, o trepido regato, Zunindo os ventos, murmurando as sombras, Tudo, em cadencia harmonica lhe rouba A alma em magico sonho embevecida.
Página 310 - Liso crânio repousa a meu lado, Feia cobra se enrosca no chão. O meu sangue gelou-se nas veias, Todo inteiro — ossos, carnes — tremi, Frio horror me coou pelos membros, Frio vento no rosto senti. Era feio, medonho, tremendo, O' Guerreiros, o espectro que eu vi.

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