Os Lusiadas poema epico de Luis de Camões: restituido a' sua primitiva linguagem, auctorisada con exemplos extrahidos dos escriptores contemporaneos a Camões

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Na livraria Europea de Baudry, 1846 - 585 páginas
 

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Passagens conhecidas

Página 172 - Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?" Não acabava, quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, ea postura Medonha e má ea cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos.
Página 176 - Fui dos filhos aspérrimos da Terra, Qual Encélado, Egeu eo Centimano; Chamei-me Adamastor, e fui na guerra Contra o que vibra os raios de Vulcano; Não que pusesse serra sobre serra, Mas, conquistando as ondas do Oceano, Fui capitão do mar, por onde andava A armada de Neptuno, que eu buscava.
Página 154 - Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Página 119 - As filhas do Mondego a morte escura Longo tempo chorando memoraram, E, por memória eterna, em fonte pura As lágrimas choradas transformaram.
Página 36 - No mar tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida; Na terra tanta guerra, tanto engano, Tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno?
Página xxxv - Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando, Os ventos brandamente respiravam, Das naos as velas concavas inchando: Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As maritimas aguas consagradas, Que do gado de Próteo são cortadas.
Página 216 - Alerta, disse, estai, que o vento crece Daquella nuvem negra, que apparece. 71 Não eram os traquetes bem tomados, Quando dá a grande e subita procella: Amaina, disse o mestre a grandes brados, Amaina, disse, amaina a grande vela.
Página xxxv - Que nesse tenro gesto vos contemplo, Que já se mostra qual na inteira idade, Quando subindo ireis ao eterno templo; Os olhos da real benignidade Ponde no chão: vereis um novo exemplo De amor dos pátrios feitos valerosos, Em versos divulgado numerosos.
Página 231 - Nesta pequena casa Lusitana : De Africa tem maritimos assentos, He na Asia mais que todas soberana, Na quarta parte nova os campos ara, E, se mais mundo houvera, lá chegara.
Página 81 - Europa toda, o reino Lusitano, Onde a terra se acaba eo mar começa, E onde Phebo repousa no Oceano.

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