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padas, em que D. Felix Azara, na obra, Voyages dans l'Amérique Méridionale, no tomo II, capitulo XVIII, avança que, « a colonia de S. Francisco, entre Cana

nêa e a ilha de S. Catherina, fora fundada em 1553 « por Hermandarias de Trexo: que Alvaro Nunez « Cabeza de Vaca, em 1540, tomara posse de Cananéa «e de S. Catherina, pela coroa de Castella, e seguira « por terra para o Paraguay. »

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B.

No livro primeiro do registro da Camara da Villa da Laguna á pagina 35 lê-se a provisão do Conselho ultramarino do theor seguinte: « D. João, por graça de Deos, rei de Portugal, e dos Algarves, d'aquem e d'alem mar, em Africa senhor de Guiné, etc. Faço saber a vós Francisco de Brito Peixoto, capitão-mór da Villa da Laguna, e Ilha de Santa Catherina, que o ouvidor geral da Villa de Parnaguá, Antonio Alves Lenhos Peixoto, me fez presente em carta de 14 de Abril do anno passado o grande cuidado com que vos empregais, não só no augmento d'essa Villa, mas na extensão do meu real dominio, e que mandastes trinta pessoas até o Rio Grande, jornada d'ahi de pouco menos de hum mez, e por cabo d'esta tropa a João de Magalhães, vosso genro, natural da cidade de Braga, e que d'esta gente retrocedêrão alguns, que estavão para voltar, e trouxerão quatorze Indios, que aprisionárão no mato, onde vivião de rapiņas, e são descendencia de dois Indios casados, que com dois filhos fugirão da Villa do Rio de S. Francisco, havia mais de vinte annos, e que entre elles vinha a velha e huma filha, as mesmas que fugîrão; e levárão ordem os da dita tropa de fazerem povoação no districto do Rio Grande, e procurarem facilitar o trato com o Gentio Minuano, que anda á vista vago na campanha

de que se espera amizade e conservação, e ainda a sua conversão, de que resultará grande e consideravel utilidade. E dando-me outrosim conta de que no vosso posto vos tinheis havido com singular procedimento; me pareceu não só agradecer-vos o zelo com que vos tendes havido em meu real serviço, e nas obrigações do vosso posto, mas o com que vos empregastes na expedição d'esta tropa, que mandastes para conseguirdes a amizade dos Minuanos, e segurardes as passagens do Rio Grande, e que executados estes projectos fica muito na minha lembrança a satisfação d'este serviço. El Rei, nosso senhoro mandou por Antonio Rodrigues da Costa e pelo doutor José de Carvalho e Abreu, conselheiros do seu Conselho Ultramarino; e se passou por duas vias. Antonio de Cobellos Pereira a fez em Lisboa Occidental, a 25 de Junho de 1727. O secretario André Lopes de Lavre a fez es

crever. »

ANTONIO RODRIGUES DA COSTA,
JOSÉ DE CARVALHO E ABREU.

Outra provisão do Conselho Ultramarino.

Dom João, por graça de Deos, Rei de Portugal e dos Algarves, d'aquem e d'alem mar, em Africa Senhor de Guiné, etc. Faço saber a vós conde de Sarzedas, governador e capitão general da capitania de S. Paulo, que Francisco de Brito Peixoto, capitão mór da Villa da Laguna, me representou em carta de 20 de Agosto do anno passado, de que com esta se vos remette copia assignada pelo secretario do meu Conselho Ultramarino, haver elle e seu pai povoado aquella terra, examinando e abrindo caminho para o Rio Grande de S. Pedro, e d'ahi para as campanhas de Buenos Ayres, donde se tem conduzido bastantes gados e cavalgaduras, pedindo-me fosse servido fazerThe mercê de huns campos e terras, que começão de hum rio, a que chamão Tramanday da parte do norte correndo até o Rio Grande, me pareceu ordenar-vos informeis com o vosso parecer, declarando tudo que ha nesta materia, e se este caminho se tem frequentado, ou se he conveniente frequentar-se, e que extensão tem as terras, que o suplicante pede, e se convém, que eu as dê de Sesmaria, e suspendereis as datas d'estas terras até ultima resolução. El Rei nosso senhor o mandou por Gonçalo Manoel Galvão de Lacerda, e pelo doutor Alexandre Metello de Souza e Menezes, conselheiros do seu Conselho Ultramarino, e se passou por duas vias. Bernardo Telles da Silva a fez em Lisboa Occidental a 24 de Julho de 1733. Ο secretario Manoel Caetano Lopes de Lavre a fez es

crever.

GONÇALO MANOEL GALVÃO DE LACERDA,
ALEXANDRE METELLO DE SOUZA E MENEZES.

Seguia-se a Representação por Copia.

Senhor,

No anno de 1715, estando eu na Villa de Santos já descançado, pela idade e pelos trabalhos que soffri por estes sertões, mandou o governador Francisco de Tavora para esta povoação, que meu pai Domingos de Brito Peixoto e eu povoamos a nossa custa, para ir eu examinar e abrir caminho para o Rio Grande de S. Pedro, e d'ali para as campanhas de Buenos Ayres, o estado em que se achava a nova Colonia do Sacramento, que então estava desertada dos nossos, e dar-lhe de tudo noticia, e do mais que houvesse de novo por esta costa, e aquellas partes; os meus achaques me impedîrão sahir a aquellas diligencias do serviço de V. Magestade, para o que estava já preparado; mandei gente de minha familia, e alguns moradores, que não só chegárão á nova Colonia, mas tambem a Maldonado e Montevideo, como dei conta ao dito governador, de que não tive resposta, por nesse tempo largar este governo; e agora a dou á V. Magestade, ainda que já lhe tenho dado muitas vezes; mas como nunca tive resposta, me parece lhe não serião dadas as minhas cartas, e agora o torno a fazer: e depois d'isto tem estes moradores por disposição minha, e com algum gasto de minha fazenda, não só facilitado o caminho para o dito Rio Grande, mas o tem tambem feito para as campanhas de Buenos Ayres, de donde tem trazido bastantes gados, e cavalgaduras; e para V. Magestade dispôr o que fôr mais de seu serviço lhe faço esta representação, e supplico queira pôr os olhos de Sua Grandeza nos meus requerimentos e serviços, que andão no tribunal, para que ao menos em minha velhice veja premiados os grandes trabalhos e despezas, que eu e meu pai, que Deos haja, temos padecido em fazer e augmentar esta povoação para augmento d'este estado e fazenda de V. Magestade.

Tambem peço a V. Magestade se queira dignar em

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