Nacionalidade, lingua e litteratura de Portugal e Brazil

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Guillard, Aillaud e ca, 1884 - 410 páginas
 

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Passagens conhecidas

Página 162 - Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito...
Página 171 - Não menos foi a todos excessivo Milagre , e cousa certo de alto espanto , Ver as nuvens do mar com largo cano Sorver as altas aguas do Oceano. Eu o vi certamente ( e não presumo Que a vista me enganava ) levantar-se No ar hum vaporzinho , e subtil fumo , E, do vento trazido , rodear-se...
Página 155 - No' mais, Musa, no' mais, que a lira tenho Destemperada ea voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida! O favor com que mais se acende o engenho, Não no dá a Pátria, não, que está metida No gosto da cobiça e na rudeza Duma austera, apagada e vil tristeza.
Página 163 - Assi como a bonina , que cortada Antes do tempo foi , candida e bella , Sendo das mãos lascivas maltratada Da menina , que a trouxe na capella , O cheiro traz perdido , ea cor murchada ; Tal está morta a pallida donzella, Seccas do rosto as rosas, e perdida A branca e viva cor, co'a doce vida.
Página 340 - O pai não tem seguro o filho, o rico não tem segura a fazenda, o pobre não tem seguro o seu suor, o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a imunidade, o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus nos templos e nos sacrários não está seguro.
Página 152 - Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuto. Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. Do teu Príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus formosos se apartavam; De noite, em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam.
Página 172 - E os animaes correndo furiosos, Que Neptuno amostrou ferindo a terra : Golpes se dão medonhos e forçosos, Por toda a parte andava accesa a guerra : Mas o de Luso, arnez, couraça e malha Rompe, corta, desfaz, abola e talha.
Página 171 - H ia-se pouco e pouco accrescentando, E mais que hum largo mastro se engrossava; Aqui se estreita, aqui se alarga, quando Os golpes grandes de agua em si chupava: Estava-se co'as ondas ondeando; Em cima delle huma nuvem se espessava, Fazendo-se maior, mais carregada Co'o cargo grande d'agua em si tomada.
Página 341 - Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe, e depois que desbastou o mais grosso, toma o maço eo cinzel na mão, e começa a formar um homem, primeiro membro a membro, e depois feição por feição, até a mais miúda...
Página 156 - Nem me falta na vida honesto estudo. Com longa experiencia misturado, Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas, que juntas se acham raramente.

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