Tratado de metrificação portugueza para em pouco tempo: e ate sem mestre se aprenderem a fazer versos de todas as medidas e composiçõesImprensa Nacional, 1851 - 160 páginas |
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Tratado de metrificação portugueza: para em pouco tempo e até sem mestre se ... Antonio Feliciano de Castilho Visualização integral - 1858 |
Passagens conhecidas
Página 63 - Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. "Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?
Página 63 - Se vão da lei da Morte libertando: Cantando espalharei por toda a parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Página 70 - Castilho das maviosissimas prosas escrevia sem sobressalto para ninguém : «o , A é brilhante e arrojado ; o E ténue e incerto ; o I subtil e triste; o O animoso e forte ; o U carrancudo e turvo.
Página 69 - Verão morrer com fome os filhos caros, Em tanto amor gerados e nascidos; Verão os Cafres, ásperos e avaros, Tirar à linda dama seus vestidos; Os cristalinos membros e preclaros A calma, ao frio, ao ar, verão despidos, Depois de ter pisada, longamente, Co'os delicados pés a areia ardente.
Página 124 - Defender os patrios lares, dar a vida pelo rei, é dos lusos valorosos caracter, costume e lei. Ha tambem quadras todas rimadas, a saber: o primeiro verso com o terceiro, eo segundo com o quarto.
Página 91 - Bui tanto se ergue horrível tempestade, Trovões roncam, relâmpagos fuzilam. Densa treva que chove, esconde a lua; Brama e rebrama em echos o estampido, Por ocas furnas reboantes brenhas. Creras que cada tronco estala e escacha.
Página 134 - Ca noutra serra, onde só lavrava Com filhos e filhas, e grande dolor. O qual se lamenta Da adversa fortuna em que corre tormenta, E porque a comédia vai tão declarada, E tão raso o estilo, não serve de nada O mais argumento : e cerro a emmenta.
Página 122 - Sobre estas duras, cavernosas fragas, Que o marinho furor vai carcomendo, Me estão negras paixões n'alma fervendo Como fervem no pego as crespas vagas: Razão feroz, o coração me indagas, De meus erros a sombra esclarecendo, E vás...
Página 119 - E a peste, que exhalaes do peito horrendo, O ferreo coração de Lilia rale !» Calou-se, e do alto escolho á pressa erguendo O formidavel corpo, inda mais alto, E as negras mãos, phrenetico, mordendo, Por entre as ondas se abysmou de um salto.
Página 62 - E' a expressão natural da admiração, da alegria, do alvoroço, e da ternura; o sentimento de respeito e enthusiasmo para com tudo que é grande, parece que melhor se exprimirá por termos em que prevaleça o A.