Poesias. Cartas chilenas

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Ministério da Educação e Cultura, Instituto Nacional do Livro, 1957
 

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Página 319 - ESTE LIVRO FOI COMPOSTO E IMPRESSO NAS OFICINAS DA EMPRESA GRÁFICA DA "REVISTA DOS TRIBUNAIS" LTDA., A RUA CONDE DE SARZEDAS, 38, SÃO PAULO, PARA A LIVRARIA MARTINS EDITORA EM 1959.
Página 90 - Tu não verás, Marília, cem cativos Tirarem o cascalho ea rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada Serra. Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de oiro No fundo da bateia.
Página 88 - Eu vi o meu semblante numa fonte: dos anos inda não está cortado; os pastores que habitam este monte respeitam o poder do meu cajado. Com tal destreza toco a sanfoninha, que inveja até me tem o próprio Alceste: ao som dela concerto a voz celeste nem canto letra, que não seja minha.
Página 91 - Verás em cima da espaçosa mesa altos volumes de enredados feitos; ver-me-ás folhear os grandes livros, e decidir os pleitos. Enquanto revolver os meus consultos, tu me farás gostosa companhia, lendo os fastos da sábia, mestra História, e os cantos da poesia. Lerás em alta voz, a imagem bela; eu, vendo que lhe dás o justo apreço, gostoso tornarei a ler de novo o cansado processo.
Página 138 - Amor na minha idéia te retrata; Busca, extremoso, que eu assim resista À dor imensa, que me cerca e mata. Quando em meu mal pondero, Então mais vivamente te diviso: Vejo o teu rosto e escuto A tua voz e riso. Movo ligeiro para o vulto os passos; Eu beijo a tíbia luz em vez de face, E aperto sobre o peito em vão os braços.
Página 74 - Alexandre, Marília, qual o rio, Que engrossando no inverno tudo arrasa, Na frente das coortes Cerca, vence, abrasa As cidades mais fortes. Foi na glória das armas o primeiro; Morreu na flor dos anos, e já tinha Vencido o mundo inteiro. Mas este bom soldado, cujo nome Não há poder algum, que não abata, Foi, Marília, somente Um ditoso pirata, Um salteador valente. Se não tem uma fama baixa, e escura, Foi por se por ao lado da injustiça A insolente ventura.
Página 89 - Sem deixar uma res, o nédio gado. Já destes bens, Marília, não preciso : Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta, Para viver feliz, Marília, basta Que os olhos movas, e me des um riso.
Página 132 - Se o rio levantado me causava, levando a sementeira, prejuízo, eu alegre ficava, apenas via na tua breve boca um ar de riso. Tudo agora perdi; nem tenho o gosto de ver-te ao menos compassivo o rosto. Propunha-me dormir no teu regaço as quentes horas da comprida sesta, escrever teus louvores nos olmeiros, toucar-te de papoilas na floresta. Julgou o justo céu que não convinha que a tanto grau subisse a glória minha. Ah...
Página 107 - Meu sonoro Passarinho, Se sabes do meu tormento, E buscas dar-me, cantando, Um doce contentamento, Ah! não cantes, mais não cantes, Se me queres ser propício; Eu te dou em que me faças Muito maior benefício.
Página 92 - Tu, formosa Marília, já fizeste com teus olhos ditosas as campinas do turvo Ribeirão em que nasceste. Deixa, Marília, agora as já lavradas serras: anda, afoita, romper os grossos mares, anda encher de alegria estranhas terras ; ah ! que por ti suspiram os meus saudosos lares!

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