Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões

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Va J.-P. Alliaud, Guillard e ca, 1865 - 536 páginas
 

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Passagens conhecidas

Página 47 - Dai-me uma fúria grande e sonorosa, E não de agreste avena ou frauta ruda. Mas de tuba canora e belicosa, Que o peito acende ea cor ao gesto muda; Dai-me igual canto aos feitos da famosa Gente vossa, que a Marte tanto ajuda; Que se espalhe e se cante no Universo, Se tão sublime preço cabe em verso.
Página 20 - Mentre ch'io forma fui d'ossa e di polpe che la madre mi die, l'opere mie non furon leonine, ma di volpe.
Página 230 - Aqui espero tomar, se não me engano, De quem me descobriu suma vingança, E não se acabará só nisto o dano De vossa pertinace confiança: Antes, em vossas naus vereis, cada ano, Se é verdade o que meu juízo alcança, Naufrágios, perdições de toda sorte, Que o menor mal de todos seja a morte!
Página 46 - E também as memórias gloriosas Daqueles reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando — Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Página 399 - Aqui tens companheiro, assi nos feitos, Como no galardão injusto e duro: Em ti, e nelle veremos altos peitos A baixo estado vir, humilde e escuro: Morrer nos hospitaes, em pobres leitos, Os que ao Rei e á lei servem de muro! Isto fazem os Reis, cuja vontade Manda mais, que a justiça e que a verdade.
Página 167 - Ó tu, que tens de humano o gesto eo peito (Se de humano é matar uma donzela, Fraca e sem força, só por ter sujeito O coração a quem soube vencê-la), A estas criancinhas tem respeito, Pois o não tens à morte escura dela; Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha.
Página 275 - Alerta, disse, estai, que o vento crece Daquella nuvem negra, que apparece. 71 Não eram os traquetes bem tomados, Quando dá a grande e subita procella: Amaina, disse o mestre a grandes brados, Amaina, disse, amaina a grande vela.
Página 46 - Cessem do sabio Grego, e do Troiano, As navegações grandes, que fizeram: Cale-se d'Alexandro, e de Trajano, A fama das victorias, que tiveram: Que eu canto o peito illustre Lusitano, A quem Neptuno, e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antigua canta, Que outro valor mais alto se alevanta.
Página 80 - Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno?
Página 233 - Qual será o amor bastante De ninfa, que sustente o dum gigante? 54 Contudo, por livrarmos o oceano De tanta guerra, eu buscarei maneira Com que, com minha honra, escuse o dano: Tal resposta me torna a mensageira.

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