Como os valores das exportações são, em regra, calculados pelo baixo, vê-se, por um lado, que o deficit de 1925 não foi tão desfavorável, como parece, sem esta consideração; por outro lado que em 1926 a balança do comércio apresenta um deficit diminuto que deve ter facilitado a solução do problema cambial. Infelizmente faltam dados seguros sôbre êste último factor. III. O comércio com a Metrópole. Convém destacá-lo da massa geral das operações de comércio, dada a importância que êle tem, tanto sob o ponto de vista pautal como das flutuações do câmbio, quer para a Metrópole quer para Angola. Para melhor se apreciarem as flutuações do intercâmbio comercial, dão-se os números relativos a um período de sete anos: (') Os números relativos a 1926 estão sujeitos a correcções. () Os números marcados com o sinal (-) representam excesso de mercadorias estrangeiras. O exame dos quadros precedentes sugere algumas observações que será conveniente registar: 1.a Dos valores exportados pela Colónia 3 apròximadamente tomam o rumo da Metrópole e só 1 vai directamente para o Estrangeiro. (Quadro I). 2.a Da tonelagem exportada, uma parte igual a 23 % partiu em 1925 sob bandeira estrangeira, e esta percentagem que vem crescendo gradualmente desde 1922, constitue uma séria ameaça para a marinha nacional. (Quadro III). 3.a As importações (valores) nacionais e nacionalizadas têem excedido, quási sempre, as de origem estrangeira com tendência porém a nivelarem-se, excepto em 1923 e 1924, em que as importações directas do estrangeiro excederam largamente o conjunto das nacionais e nacionalizadas. Foi nestes anos que se receberam as grandes encomendas do período da inflacção monetária (2.o semestre de 1922 a 1.o semestre de 1924); é a liquidação destas importações que ainda pesa na balança dos pagamentos externos da Província. (Vêr Quadro II). 4.- A percentagem do pêso de mercadorias importadas em navios estrangeiros tende a diminuir desde 1923, acompanhando assim a percentagem dos valores. 5.a Em conclusão: o comércio com a Metrópole mantém a sua preponderância tradicional no comércio exterior da Colónia, embora se note uma pequena tendência para o aumento das relações directas com os países estrangeiros. IV. 0 Comércio com a Alemanha.- São principalmente de nacionalidade alemã, os navios estrangeiros que frequêntam os portos de Angola e torna-se por isso conveniente ir seguindo a evolução do comércio com êste país, que pode ser um grande auxiliar ou um perigoso adversário do desenvolvimento económico da Colónia. Os dados relativos aos últimos anos acusam o seguinte movimento: Torna-se notável a segura progressão do comércio com a Alemanha, sobretudo nas importações que, em 1925, excederam o quádruplo das exportações. V. A Importação de cerveja. - Quási tĉda de origem alemã: Continua sensivelmente no mesmo elevado nível a importação desta bebida estrangeira. É interessante comparar estes números com os do quadro anterior, para se aperceber um dos aspectos da singular vida moral e económica de Angola, nêstes últimos anos. Com os 12.000 contos de cerveja importada em 1925-1926, tinha-se constituído uma caixa de crédito mútua para o comércio, ou uma caixa de crédito agrícola e ambas teriam auxiliado consideràvelmente a produção e contribuido para o aumento da riqueza geral. Como se verifica fácilmente, a cerveja representou, nas importações da Alemanha, as seguintes percentagens: Os anos em que a cerveja teve maior valor relativo nas importações alemãs, foram os anos de maior intensidade da crise de Angola, e o maior absoluto (7.733 contos) coincidiu com o ano de vida mais angustiosa. A crise de Angola apresenta também, infelizmente, um aspecto de crise moral que é necessário focar, oferecendo-o para têma das meditações dos verdadeiros amigos desta Colónia. Nos anos da crise, a importância da cerveja alemã no desiquilíbrio da balança do comércio, traduz-se pelos seguintes núme |