exemplo notável da imprevidência e da falta de solidariedade associativa dos próprios comerciantes e agricultores. É também um exemplo de que os colonos de Angola recorrem quási sempre ao Govêrno, quando melhor e mais avisadamente andariam auxiliando-se mutuamente. A oportunidade e alcance destas observações não escapará, certamente, ao esclarecido espírito das Associações Comerciais, Industriais e Agrícolas de Angola. IV. Cs auxilios bancários. · Os elementos constantes dos parágrafos II e III permitem organizar o seguinte quadro comprovativo da situação do Banco Emissor na data da inauguração e em 31 de Março de 1927; isto é, depois de cinco meses de exercicis: OPERAÇÕES DO BANCO DE ANGOLA Transferências e Créditos (') Da totalidade dos depósitos do Estado deduziu-se a soma de 8.290 contos angolanos, correspondentes aos 7.000 contos metropolitanos recebidos da Metrópole para Assistência aos Indigenas e Saneamento. Por êste quadro se vê que neste período de cinco meses o Banco de Angola concedeu créditos em quantia superior a 20.100 contos porque êste é o saldo crédor do Banco em 31 de Março. Desta soma apenas 3.000 contos constituem um suprimento feito ao Governo da Província. A parte restante deve estar em poder dos comerciantes, industriais e agricultores de Angola. É fácil de ver que o Banco de Angola não teve de recorrer ao seu capital para conceder aos comerciantes e produtores de Angola os 17.100 contos de créditos (mínimo) e que possue capacidade e sem dúvida grande vontade-por que tal é o seu interesse -de ampliar êsse auxílio. 7.- O APETRECHAMENTO ECONÓMICO. O esforço persistente do Estado, secundado muitas vezes pelos colonos, tem conseguido realizar, nas últimas dezenas de anos, algumas obras de fomento que podem ser justamente invejadas por muitas colónias africanas, pertencentes a nações mais ricas que a portuguêsa. I. Estradas. A rêde total de estradas transitadas por automóveis compreende 24.413 quilómetros, assim distribuìdos pelos antigos distritos : Quaisquer que sejam os defeitos de traçado e de construção que estas estradas ofereçam, elas permitem, como se sabe, a circulação de automóveis para passageiros e de camionettes de carga, com a velocidade de 40 a 50 quilómetros por hora. Infelizmente são pouco aproveitadas, com raras excepções, porque a colonização e a exploração do solo, não têem acompanhado o desenvolvimento dêste meio de comunicação. II. Caminhos de ferro. - Existem actualmente na Província as seguintes linhas férreas, em exploração: Estão em construção, mais ou menos activa, as seguintes extensões: A desorganização do serviço de Caminhos de Ferro não deixa conhecer os números que, numa administração regular e ordenada, costumam permitir a apreciação do grau de utilidade dêstes valiosos fautores de progresso económico. Nos quadros seguintes, relativos a 1926, resumem-se alguns elementos, com muito trabalho recolhidos e que, de certo modo, representam a influência dos Caminhos de Ferro na vida da Colónia : () Dêste Caminho de Ferro nenhumas informações se poderam obter, por estarem desorganisados os serviços. |