Historia da litteratura brasileira por Sylvio Roméro ...: 1830-1870 |
Opinião das pessoas - Escrever uma crítica
AMOR E NAMORO
Eis uma poesia deste jovem e ilustre poeta pouco conhecida)Amor é vinho forte em que se apanha
Dessas bruegas de cair no chão,
O namoro é um cálix de Chamapnha
Que nos torna alegres o coração.
Amore, amigos, é clarão que ofusca,
fogueira alimentada com resina;
Namoro é luz suave que se busca
Como aquela qu’espande a lamparina.
Amor é duro tronco, que se aferra,
Entranhando no chão forte raiz;
Namoro é linda rosa à flor da terra,
Que se abandona, se perde o matriz.
Um, trazendo no olhar o desvario,
Aparece com ar de mata mouro;
O outro à vista do pau tem calafrio,
Faz uso da can ela, estima o couto.
Um pula muros e barrancos salta,
Levando na queda que lhe são fatais;
O outro anda com cautela; é um peralta,
Que em ratoeiras não caiu jamais!
Um, às vezes cordeiro, às vezes bruto,
Ora vive a bramir, ora prostrado;
O outro toma café, fuma charuto,
Calça luva, é rapaz civilizado!
Um, soberbo feroz, é-lhe preciso,
Prantos que ver e flores que esfolhar;
Para o outro, porém. Basta um sorriso,
Um aperto de mão é um breve olhar!
FRANCO DE SÁ.
NOTA:
FANCO DE SÁ, poeta brasileiro, que morreu com vinte anos de idade (1836 == 1856), e que era um dos talentos literários mais prometedores do seu tempo. As sua poesia póstumas foram publicadas, em 1867, por seu irmão Filipe Franco de Sá, e “revelaram” – diz o biógrafo do poeta, -- a Portugal e ao Brasil o assombroso talento de quem poderia ter vindo a ser uma das glórias mais brilhantes da nossa comum literatura, “AMOR E NAMORO é uma poesia ligeira, engraçada,, e que dá a conhecer delicado humorismo do juvenil cantor. Porém, no seu pequeno espólio poético, há notas sérias, de grande elevação patriótica umas, e outras impregnadas de profunda tristeza e de sentimento pungente e doloroso. Leia-se, por exemplo, esta quadra, ditada quase à hora da morte e dirigida à mulher a quem dedicava profundo amor:
Se tu vires, bela compassiva,
Como dos troncos velhos o renovo,
Minh’alma, ao morrer, talvez reviva,
Para te amar e te adorar de novo.
Nelson Fontes Carvalho
AMORA == Portugal
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