Literatura Homoerótica Latina: critérios para uma definição - criterios para una definición (edição bilingue)

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INDEX ebooks, 27/10/2014
É lugar-comum pensar que a literatura clássica greco-romana é abundante em homoerotismo, e sabemos como a leitura dos clássicos influenciou pensadores e escritores dos séculos XIX e XX como Havelock Ellis, Oscar Wilde, J. A Symmonds, E. M. Forster, Edward Carpenter, Walt Whitman, Fernando Pessoa ou outros. Mas será mesmo assim?

Carlos Miguel de Mora sugere os critérios pelos quais se poderá julgar o que seria uma sexualidade socialmente aceitável na Roma Antiga, permitindo, assim, compreender o que seria o homoerotismo: a "transgressão" à norma, do ponto de vista do pensamento romano.

Os resultados são surpreendentes! Alguns tabus sexuais modernos seriam pura e simplesmente inexistentes ou incompreensíveis no mundo latino; outros, como aquilo a que hoje chamamos “sexo homossexual”, seria considerado perfeitamente normal e socialmente aceite em certas situações da antiguidade clássica, como neste exemplo que o autor refere: "Com efeito, (...) os escravos não são mais que objetos, e, tendo em conta o que custavam, que o dono não os penetrasse era para os romanos tão absurdo como seria para nós comprar um Mercedes e deixá-lo na garagem sem o utilizar."

A leitura deste esclarecedor texto obriga-nos a refletir sobre os nossos preconceitos relacionados com a sexualidade: muitos dos aspetos da sexualidade "normal" da Roma Antiga são "imorais" nos nossos dias. Muita da sexualidade “proibida” hoje seria considerada natural no mundo latino. Assim sendo, o que muitos hoje proíbem ou condenam por contrariar o que é "natural", ou determinado pela Natureza, e logo imutável, parece afinal não ser mais que uma característica cultural da nossa sociedade contemporânea, e muitos dos textos literários catalogados atualmente como “literatura homoerótica latina” não se enquadram, de facto, nesta definição!
 

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Palavras e frases frequentes

Acerca do autor (2014)

Carlos de Miguel Mora concluiu a sua licenciatura em Filologia Clássica na Universidade de Granada em 1991, onde se doutorou, também em Filologia Clássica, em 1997. Nesse mesmo ano foi contratado pela Universidade de Aveiro, onde, desde 1999, exerce funções de Professor Auxiliar, nas áreas de Estudos Clássicos e Espanhóis. Tem publicado artigos sobre literatura latina clássica e renascentista, especialmente sobre poesia erótica e sobre teoria poética; ultimamente tem-se dedicado mais particularmente ao humanismo médico. A sua produção é diversificada, abrangendo áreas como a história local, estudos retóricos e de teoria poética, erotismo, tradição clássica, história da medicina.

Carlos de Miguel Mora completó su licenciatura en Filología Clásica en 1991, en la Universidad de Granada, donde obtuvo un doctorado, también en Filología Clásica, en 1997. Ese mismo año fue contratado por la Universidad de Aveiro, donde, desde 1999, es Profesor Titular en las áreas de Estudios Clásicos y Españoles. Ha publicado artículos sobre literatura latina clásica y renacentista, en especial sobre poesía erótica y teoría poética; últimamente se ha dedicado en particular al humanismo médico. Su producción es diversa, cubriendo áreas como la historia local, estudios retóricos y teoría poética, erotismo, tradición clásica, historia de la medicina.

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