Tratado de metrificação portugueza: seguido de considerações sobre a declamação e a poetica

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Livraria Moré-Editora, 1874 - 156 páginas
 

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Passagens conhecidas

Página 74 - Verão morrer com fome os filhos caros, Em tanto amor gerados e nascidos; Verão os Cafres, ásperos e avaros, Tirar à linda dama seus vestidos; Os cristalinos membros e preclaros A calma, ao frio, ao ar, verão despidos, Depois de ter pisada, longamente, Co'os delicados pés a areia ardente.
Página 70 - E tambem as memorias gloriosas Daquelles Reis, que foram dilatando A Fe, o Imperio ; e as terras viciosas De Africa e de Asia andaram devastando ; E aquelles que por obras valerosas Se vao da lei da morte libertando ; Cantando espalharei por tod'a parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Página 128 - Sobre estas duras, cavernosas fragas, Que o marinho furor vai carcomendo. Me estão negras paixões n'alma fervendo Como fervem no pego as crespas vagas. Razão feroz, o coração me indagas (*), De meus erros a sombra esclarecendo, E vais nele (ai de mim!) palpando e vendo De agudas ânsias venenosas chagas.
Página 127 - Um Pacheco fortissimo, e os temidos Almeidas, por quem sempre o Tejo chora: Albuquerque terribil, Castro forte, E outros, em quem poder não teve a morte.
Página 89 - ... 80 haec ubi dicta, cavum conversa cuspide montem inpulit in latus : ac venti velut agmine facto, qua data porta, ruunt et terras turbine perflant. incubuere mari, totumque a sedibus imis una Eurusque Notusque ruunt creberque procellis Africus, et vastos volvunt ad litora fluctus.
Página 9 - VERSO Verso, ou metro, é um ajuntamento de palavras, e até, em alguns casos, uma só palavra, comprehendendo determinado numero de syllabas, com uma, ou mais pausas obrigadas, de que resulta uma cadencia aprazivel.
Página 129 - Nimpha, costumando meus olhos a chorar tua dureza, que vão passando já por natureza, o que por accidente iam passando. no que ao somno se deve estou velando, e venho a velar só minha tristeza; o choro não abranda esta aspereza, e meus olhos estão sempre chorando. Assim de dór em dór, de magua em magua, consumindo-se vão inutilmente, e esta vida tambem vão consumindo.
Página 126 - III lih triste, oh tenebroso, oh cruel dia. Amanhecido só para meu damno! Pudeste-me apartar daquella vista Por quem vivia com meu mal contente? Ah se o supremo foras desta vida, Qu'em ti se começára a minha glória! Mas como eu não nasci para ter glória, Senão pena que cresça cada dia, O lk'o m
Página 76 - Castilho das maviosissimas prosas escrevia sem sobressalto para ninguém : «o , A é brilhante e arrojado ; o E ténue e incerto ; o I subtil e triste; o O animoso e forte ; o U carrancudo e turvo.
Página 37 - Oh que asperrimo dezembro! Treme o frio em cada membro se cogito, se me lembro do que lá por fora vae. Pelos gelos da vidraça olho a rua; ninguem passa, mais que o vento, que esvoaça sobre a neve; e neve cáe.

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