COMMISSÃO DE REDACÇÃO ENCARREGADA DE SUPERINTENDER NA PUBLICAÇÃO Deste volume Affonso Costa, secretario Eugenio de Castro José Frederico Laranjo, 1.° redactor Manuel d'Azevedo Araujo e Gama offerecido pelo Instituto de Coimbra aos alumnos laureados PROGRAMMA INTRODUCÇÃO Allocução do presidente do Instituto. Resposta dos premiados, pelo sr. Joaquim Alves dos Santos. 1.a PARTE ATHLETA-Passo doble, offerecido ao presidente da Estudantina, do sr. Simões de Carvalho, pela Estudantina. Nós - Poesia, pelo sr. Francisco Casimiro Pinheiro Torres. CHALECO BLANCO-de Chueca, pela Estudantina. A VIDA BOHEMIA-Poesia, pelo sr. Gonçalves Cerejeira. CANÇÃO DO MONDEGO-de Rey Collaço, pelo sr. Luiz d'Albuquerque Stockler. ALLOCUÇÃO-pelo sr. Egas Moniz, presidente da Estudantina. EUTERPE Symphonia, do sr. Simões de Carvalho, pela Estudantina. VOL. XLV, N.° I-JANEIRO DE 1898. t 2.a PARTE SEREIA-Passo doble, do sr. Simões de Carvalho, pela Estudantina. COIMBRA! Poesia, pelo sr. Villela Passos. LA FIANCÉE-Suite de valses, de Waldteufel, pela Estudantina. Allocução, pelo sr. José Julio Rodrigues. ESPARSA SUA-Poesia, pelo sr. D. Thomaz de Noronha. FINAL O REI GALAOR-Poesia, pelo sr. Eugenio de Castro. ALLOCUÇÃO DO PRESIDENTE DO INSTITUTO DE COIMBRA MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES! O Instituto, este centro de reunião commum a professôres e a alumnos, á academia e á sociedade de Coimbra, de novo se veste hoje de galas para receber festivamente os estudantes laureados da Universidade, discipulos, companheiros e hospedes dilectos dos seus consocios. Só a virtude é digna de premio; mas claramente que é uma virtude o estudo, quando, mais ainda que a legítima ambição de cultura pessoal, o impulsa e realenta o anceio de bem servir os progressos da civilização. Quantos transes acerbos e quantas dôres nos não assaltam no seu caminho! Sem estudo, não póde haver liberdade nem dignidade d'acção; estudo e acção confundem-se mesmo! Cada vez se vae comprehendendo melhor que a instrucção é o proprio trabalho, e que, como elle, se deve orientar pela suprema lei do universo, que é a lei moral, sob pena de irremediavel esterilidade e mallogro. A eschola, para desempenhar a sua missão, tem de ser um orgão vivo da sociedade, pulsando com as suas esperanças e com as suas amarguras, identificado com o seu destino; isto é, porque o não direi? toda eschola, desde a primaria até a superior, tem de ser sobretudo uma instituição politica. Os titulos de nobreza d'uma universidade não estão só nos espiritos que ella fórma a dentro das suas aulas, mas tambem nos serviços sociaes que conjunctamente presta em deredor de si, tanto nas grandes verdades que descerra e propugna, como nos avisos, ensinamentos e conselhos que a todo instante amiudam os seus theologos, os seus jurisconsultos, os seus medicos, os seus lettrados e homens de sciencia, nos estudos cóm que valoriza o patrimonio commum, nas culturas novas que vae até ás colonias implantar, nas enfermidades e nas epidemias locaes que debella e extingue, nos direitos que revindica, nos batalhões ardentes que improviza em sagrada defesa da honra e da independencia da patria... E tudo isto tem feito na sua gloriosa carreira, e ainda nos mais recentes dias, a nossa querida Universidade. Saudemol-a, pois, nos seus melhores filhos! |